Facebook teria manobrado para “queimar” imagem do TikTok

A Meta, propriteária de redes sociais como o Facebook, Messenger, Instagram e WhatsApp tem investido fortemente em uma campanha anti-TikTok.

A Meta, proprietária de redes sociais como o Facebook, Messenger, Instagram e WhatsApp, tem investido fortemente em uma campanha anti-TikTok. A informação compõe o recente relatório do The Washington Post, publicado na última quarta-feira (30).

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Facebook financiou campanha anti-TikTok

Facebook financiou campanha anti-TikTok. (Imagem: Pixabay)

Na prática, o Facebook paga periodicamente uma proeminente empresa de consultoria para desenvolver uma campanha a nível nacional cujo propósito é gerar a desconfiança do principal concorrente da plataforma, o TikTok. Essa consultora é a Targeted Victory, que supostamente divulgou artigos de opinião e enviou cartas para os editores dos principais jornais locais e regionais de todo o país.

Em comunicado à equipe, um diretor da Targetec Victory declarou que a empresa precisava “passar a mensagem de que, embora o Meta (Facebook) seja o saco de pancadas atual, o TikTok é a verdadeira ameaça, especialmente como um aplicativo de propriedade estrangeira que é o número 1 no compartilhamento de dados que os jovens adolescentes estão usando”, declarou o representante da empresa. 

A declaração foi obtida pelo The Post após o jornal ter acesso aos e-mails internos da consultora. A investida do Facebook foi levada ao conhecimento público apenas algumas semanas após a informação de que, pela primeira vez em 18 anos de história, a empresa começou a perder um número considerável de usuários. A queda notada no relatório no final de 2021 foi de 500 mil contas a menos.

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Enquanto isso, o TikTok se popularizou e ganhou cada vez mais usuários que se fixaram pelas danças contagiantes que vão além da plataforma. Neste sentido, vários dos artigos de opinião do Targeted Victory eram compostos por links fazendo menções frequentemente negativas e sempre com o apoio de figuras notórias e influentes da comunidade norte-americana, incluindo políticos, até mesmo os democratas. 

Contudo, segundo o The Post, nenhuma das colunas divulgadas falou sobre a relação com a empresa financiada pelo Facebook. As investidas da rede social já chegaram ao Congresso Nacional, onde as críticas por parte dos parlamentares são intensivas, supostamente devido à detenção de um monopólio ilegal junto à indústria da mídia social. 

Vale lembrar de uma audiência realizada no ano de 2020 que contou com a participação de CEOs de tecnologia, incluindo o próprio Mark Zuckerberg. Na ocasião, os legisladores apresentaram uma série de documentos internos sugerindo que o fundador do Facebook poderia entrar no “modo de destruição” caso o Instagram, que já fazia sucesso, se recusasse a ser vendido para a gigante da mídia social.

“Quando a plataforma dominante ameaça seus rivais em potencial, isso não deve ser uma prática comercial normal”, ponderou a deputada Pramila Jayapal na época. 

O que é a Targeted Victory?

A Targeted Victory é uma das principais fornecedoras de campanhas republicanas. No ano de 2020, a empresa teve um faturamento aproximado em US$ 230 milhões. Na época, os maiores clientes faziam parte de grupos como o PAC pró-Trump e America First Action. 

Os republicanos conquistam a fama de críticos ferrenhos contra o TikTok. Legisladores como o senador Marco Rubio, pressionaram a execução de uma investigação de censura contra a plataforma.

Porém, o ex-presidente Donald Trump havia assinado uma ordem executiva para que o aplicativo fosse efetivamente banido. 

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Laura Alvarenga
Escrito por

Laura Alvarenga

Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR e Bit Magazine, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças e tecnologia.