Grindr: relatório bombástico revela que app vendeu dados de usuários
A plataforma de relacionamentos para o público LGBTQIA+ Grindr afirma que não vende mais dados dos usuários, mas danos são reais
Um relatório divulgado traz informações de que o Grindr teria vendido os dados de seus usuários. Agora, com as políticas de proteção de dados mais ativas, foi a vez do app de relacionamento para o público LGBTQIA+ ser questionado sobre suposta venda de dados.
Grindr vendeu dados de seus usuários do público LGBTQIA+
É o que afirma um relatório, mas as informações “vendidas” são antigas e permeiam o ano de 2017 até 2020. Segundo um porta-voz da rede social:
“Desde o início de 2020, o Grindr compartilha menos informações com parceiros de anúncios do que qualquer uma das grandes plataformas de tecnologia e a maioria de nossos concorrentes, restringindo os dados que compartilhamos ao endereço IP, ID de publicidade e as informações básicas necessárias para suportar a entrega de anúncios”
Segundo relatos da rede social dados ao Wall Street Journal, a prática era comum, mas os responsáveis pela plataforma não acreditavam que as informações compartilhadas com parceiros comerciais seriam de alguma forma danosas para seus usuários.
Em período anterior à 2020, o Grindr compartilhava dados baseados em localização com redes de anúncios, que adaptariam o conteúdo de forma direcionada para promover negócios locais, como restaurantes, bares ou hotéis.
Os executivos do aplicativo afirmam que na época não acreditavam que o compartilhamento de dados representaria qualquer risco para a privacidade do usuário, segundo o jornal americano.
Como foram usados os dados vendidos pela plataforma
Essas é a maior questão. Antes da restrição de dados, a plataforma de relacionamento fornecia quase tudo sobre os usuários aos seus parceiros comerciais.
Os dados foram comprados por clientes de uma empresa de publicidade móvel e permitiam que terceiros soubessem dados “confidenciais” sobre os usuários, quem eram seus parceiros atuais, onde viviam e trabalhavam e locais que costumavam frequentar nas horas livres.
Segundo o jornal americano, os dados não forneciam informações como nome ou números de telefones, pelo menos. O que é estranho, pois forneciam informações sobre o casal ou parceiro atual dos usuários.
A declaração oficial da plataforma é:
“O Grindr não compartilha a localização precisa dos usuários, não compartilhamos informações de perfil do usuário e não compartilhamos dados padrão do setor, como idade ou sexo”.
Isso representa um avanço na proteção sobre a identidade de seus usuários, mas não resolve problemas ocasionados antes de 2020.
Porém, ao que parece, alguns danos ainda são “sentidos”. Conforme publicação do NY Post, em 2021, um padre católico renunciou após ser apontado como usuário do Grindr, graças a informações que circularam em redes de anúncios.
Mesmo não praticando mais a venda de dados, a atitude passada do Grindr ainda afeta alguns clientes da plataforma.
O que você achou? Siga @bitmagazineoficial no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui
Leandro Kovacs é jornalista e radialista. Trabalhou com edição audiovisual e foi gestor de programação em emissoras como TV Brasil e RPC, afiliada da Rede Globo no Paraná. Atuou como redator no Tecnoblog entre 2020 e 2022, escrevendo artigos explicativos sobre softwares, cibersegurança e jogos. Desde então, atua como editor no Grupo Gridmidia.