Será que a Alexa está fazendo contato com vozes do além? Novo recurso traz a sensação
Em novo recurso disponibilizado pela Amazon por meio da IA da Alexa, você poderá ouvir vozes de pessoas falecidas
Em novo recurso (ainda experimental) a Amazon poderá permitir que a Alexa ‘imite’ vozes de parentes dos usuários, inclusive os mortos.
(Imagem: Brandon Romanchuk/Unsplash)
Escutando “coisas” através da Alexa?
Na conferência anual da empresa, chamada “MARS”, a Amazon fez uma demonstração com o novo recurso e mostrou um vídeo em que uma criança pede para que a avó leia uma história de ninar.
O pulo do gato é: a avó desta criança está morta!
O cientista-chefe da Amazon para inteligência artificial da Alexa, Rohit Prasad, confirma em um trecho do vídeo: “como você viu nesta experiência, em vez da voz de Alexa lendo o livro, é a voz da avó da criança”.
Prasad apresentou o clipe dizendo que adicionar “atributos humanos” aos sistemas de Inteligência Artificial era cada vez mais importante “nestes tempos de pandemia em andamento, quando muitos de nós perdemos alguém que amamos”.
Durante a demonstração, não fica explícito se o recurso será tornado público, mas mostra que o sistema de Inteligência Artificial adotado pela Amazon consegue imitar a voz de alguém a partir de apenas um minuto de áudio. Isso quer dizer que logo menos será possível clonar vozes de entes queridos — e de pessoas não queridas também.
Não são “somente” vozes
Mesmo este recurso sendo considerado “revolucionário” por alguns, gera desconfiança em outros que afirmam que a ferramenta pode se transformar em uma forma de distribuição em massa de áudios falsos.
Essas virtualizações costumam ser conhecidas como “deepfakes de áudio” e já são usadas regularmente em setores como podcasting, cinema e TV e videogames.
Outros recursos de gravação de áudio já oferecem aos usuários a opção de clonar vozes individuais de suas gravações.
Dessa forma, se um apresentador de podcast errar sua fala, por exemplo, um engenheiro de som pode editar o que disse simplesmente digitando um novo roteiro. Pode ser algo trabalhoso, mas com a nova ferramenta fica ainda possível reeditar algumas palavras.
A Veritone, lançou a Marvel.AI, sendo uma ferramenta capaz de fazer a clonagem de voz — segundo eles, de forma ética e responsável.
A empresa afirma ser possível a reprodução de áudios feitos por Inteligência Artificial sem passar por mãos (ou vozes) humanas.
Essa tecnologia de clonagem de vozes já foi usada, por exemplo, no documentário sobre a vida do chef Anthony Bourdain, que faleceu em 2018. A tecnologia foi usada para dublar alguns e-mails que ele enviou.
Alguns fãs do chef não gostaram da atitude feita no documentário e chamaram os áudios de “enganosos”. O fato é: está vindo aí e pelo jeito é para ficar de ouvidos bem abertos.
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