Satélites despencam da órbita por conta do clima, mas dessa vez o Sol é responsável

De acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA), satélites estão fazendo mergulho fatal na atmosfera por conta do clima selvagem

Agência Espacial Europeia (ESA) afirma que satélites estão fazendo um mergulho na atmosfera por conta de vento solar. O início do novo ciclo da estrela traz alterações significativas em seu comportamento e afetam nossas operações espaciais.

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(Imagem: NASA/Unsplash)

Mergulho fatal de Satélites

A Agência Espacial Europeia (ESA) junto da missão Swarm notaram uma questão muito curiosa no fim de 2021: os satélites, que medem o campo magnético ao redor da Terra, começaram a afundar em direção à atmosfera a uma taxa incomum — até 10 vezes mais rápido que antes.

A mudança coincidiu com o início do novo ciclo solar e os especialistas supõem que pode ser o início de alguns anos difíceis para as espaçonaves orbitando nosso planeta.

Anja Stromme, gerente da missão Swarm da ESA, disse ao Space que o índice de “mergulho” na atmosfera feito por satélites está aumentando nos últimos cinco anos. A média é de 2 quilômetros por ano, entretanto, este número teve um aumento de dez vezes. 

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“Porém, desde dezembro do ano passado a taxa de afundamento entre dezembro e abril foi de 20 quilômetros por ano”. 

Faxina na órbita

É bem comum aos satélites que orbitam à Terra ter este comportamento, por conta do arrasto da atmosfera e, eventualmente, os satélites “retornam” ao planeta. Na verdade, eles geralmente não “sobrevivem” a reentrada e queimam. 

Esse arrasto atmosférico força os controladores da Estação Espacial Internacional a realizar manobras regulares de ajustes para manter a órbita da estação de 250 milhas (400 km) acima da Terra.

Isso também ajuda a limpar o ambiente próximo à Terra do lixo espacial. O fato é que esse mergulho depende da atividade solar — a quantidade de vento solar expelida pelo Sol, que varia dependendo do ciclo solar de 11 anos.

O último ciclo, que terminou oficialmente em dezembro de 2019, foi bastante tranquilo, com um número abaixo da média de manchas solares mensais e um mínimo prolongado de quase nenhuma atividade.

Entretanto, desde o outono passado, nosso astro maior está expelindo cada vez mais ventos solares, gerando manchas, erupções, ejeções de massa coronal crescentes e nosso planeta está sentindo os efeitos. 

Complicações ainda sem respostas

Stromme reitera existir muita complexidade no que está acontecendo. Ainda é um mistério para os pesquisadores, como as camadas superiores da atmosfera e a própria atmosfera vão reagir com os ventos solares desta maneira. 

A gerente de missão da Swarm afirma que “sabemos que essa interação causa uma ressurgência da atmosfera. Isso significa que o ar mais denso se desloca para altitudes mais altas.”

É o mais denso e alto que faz o arrasto nos satélites. Mesmo que essa densidade ainda seja incrivelmente baixa 250 milhas acima do planeta, o aumento causado pela atmosfera é suficiente para virtualmente enviar alguns dos satélites em baixa órbita de volta à Terra.

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Mariana Souza
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Mariana Souza