A centralização de criptomoedas é um risco real e pode fazer você perder tudo

Centralização de criptomoedas nos "mercados descentralizados" é algo real e os resultados podem ser assustadores!

Um dos principais motivos por trás do sucesso das criptomoedas é a promessa de descentralização.  Na teoria, o controle e tomada de decisão dos ativos digitais são alheios a indivíduos, organizações ou grupos (entidades centralizadas) e passam para uma rede distribuída. Mesmo assim, relatórios recentes indicam a ocorrência da  centralização de algumas criptomoedas.

publicidade
centralização de criptomoedas

Relatório indica que centralização de criptomoedas é uma ocorrência comum (Imagem: Pixabay)

Centralização de criptomoedas é uma ocorrência comum

Ao contrário do que muitos acreditam, um relatório recente apresentado por pesquisadores da Trail of Bits (companhia de pesquisa de segurança de software) pedido pelo DARPA (Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa), apontou que existem casos comprovados de centralização, mesmo que sem intenção, em sistemas financeiros teoricamente descentralizados.

Neste caso, a Trail of Bits decidiu chamar este fenômeno de “centralidades não intencionais”, mas, para pessoas que costumam fazer trades nestes mercados, entidades assim são comparáveis às temíveis “baleias”, carteiras que possuem quantidades enormes de determinado ativo, ao ponto de que uma simples transação pode alterar completamente o valor daquela criptomoeda. 

Em criptomoedas, com seu ecossistema gigantesco isto pode não ser um problema tão grave (a curto prazo), já que a maioria das pessoas que detém uma porcentagem alta dos ativos geralmente são holders, pessoas que investem a longo prazo.

publicidade

Mas, no caso de criptomoedas menores, estes fenômenos são desastrosos e podem culminar na finalização do projeto, já que uma simples movimentação por parte de uma das carteiras “baleia” pode desestabilizar completamente a economia do criptoativo.

Apesar de maior robustez, este tipo de acontecimento ainda é uma preocupação séria nas principais criptomoedas. Recentemente, um caso parecido aconteceu com a Solend, uma plataforma decentralizada (DeFi) da rede Solano, que permite que os usuários façam empréstimos de fundos sem a necessidade de intermediários. 

Ao perceber a existência de uma “baleia” em sua plataforma, a empresa tentou “tomar conta” da carteira para impedir que o dono original desestabilizasse toda a economia ao fazer uma transferência.

Segundo a diretoria da empresa, o plano era liquidar os fundos da carteira gradualmente, para acabar com os riscos gerados pelo possível monopólio. A tentativa da Solend não deu certo, mas a empresa continua explorando alternativas para o problema.

Problemas com o Bitcoin e as redes por onde as criptomoedas transitam

Como se já não bastasse a possibilidade da centralização de capital na economia das criptomoedas, o relatório ainda apontou para problemas ligados diretamente à rede do Bitcoin. Vários dos nodes que compõem a rede estão usando versões antigas e inseguras do bitcoin client.

Imagem: Pixabay

A vulnerabilidade ocorre em várias das blockchains mais antigas, criadas ainda no início da “corrida cripto”, mas que até hoje ainda não foram completamente atualizadas, guardando em seu código “surpresas”.

Estes problemas são graves e podem gerar perdas imensuráveis para pessoas com seu dinheiro investido a estrutura.

Um caso recente que pode ser mencionado foi o da blockchain da Terra, que apresentou um problema tão grande em seu código que a rede chegou até a ser desativada e uma nova versão foi criada.

Mesmo assim, essas informações servem de aviso para que os usuários entendam os riscos que estão correndo ao entrar no mundo dos criptoativos.

É bom também perceber que não ter órgãos regulando o mercado pode ser uma coisa boa, mas em determinados cenários pode se tornar um desastre. 

O que você achou? Siga @bitmagazineoficial no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui

Jogos recomendados

Hugo Cruz
Escrito por

Hugo Cruz

Redator Profissional, Comunicador Social e especialista em Produção de Conteúdo Web. Formado em Letras - Inglês e Administração. CEO da Agência Digital Comunicalize.