Um dos experimentos científicos mais importantes da história foi feito no Large Hadron Collíder (LHC), um gigantesco acelerador de partículas, onde foi descoberto o Bóson de Higgs. A energia primitiva surgiu como um conceito minúsculo e conhecido como partícula de Deus, que os cientistas teorizaram em 1964 e levaram quase 50 anos para visualizar.
Partícula de Deus foi “visualizada” há 10 anos apenas
Na última década, o fenômeno mudou radicalmente e a professora de física de partículas da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, Victoria Martin afirma que “para os físicos essa era a partícula que faltava no “Modelo Padrão”.
E essa foi a prioridade da missão do Grande Colisor, lançada em 2010, o ATLAS (A Toroid LHC Apparatus) e CMS (Compact Muon Solenoid), captou a partícula em dois anos após o início das operações (2012), período considerado veloz para os pesquisadores.
A diretora-geral do CERN, Fabiola Gianotti, explicou o avanço durante uma coletiva de imprensa no último dia de junho.
“Não esperávamos ver o bóson de Higgs tão rapidamente. Foi a infraestrutura de computação superior do LHC aplicada a experimentos que tiveram um desempenho melhor do que suas especificações de projeto – testemunho dos muitos anos de trabalho duro dedicados à construção do LHC – que acelerou a descoberta do Bóson de Higgs”
Abriu novos caminhos no mundo da física
Segundo reportagem do site Space, o Bóson de Higgs foi um marco na história da ciência. A importância da sua descoberta carrega a força de um campo de energia conhecido como campo de Higgs, da mesma forma que um fóton carrega a força do campo eletromagnético.
“A física de partículas mudou mais nos últimos 10 anos do que nos 30 anos anteriores”, disse Gian Giudice, chefe do departamento de física teórica do CERN, durante o evento.
Mesmo não sendo nada simples de entender e muito menos dominar, a importância dos estudos sobre a partícula traz toda uma variedade de possíveis aplicações para o futuro humano, além de explicações sobre a origem do espaço. A partícula é considerada a “mais primitiva” forma de manifestação energética.
A sua composição consegue desacelerar algumas partículas mais do que outras, outras até podem se deslocar na velocidade da luz.
Os cientistas acreditam que o Bóson de Higgs também obtém sua massa ao interagir com ele próprio (incomum em nossa natureza conhecida).
As medições revelam uma massa alta de 125 bilhões de elétron-volts, 125 vezes maior do que prótons de carga positiva no núcleo de um átomo.
Cada partícula conhecida, tem um spin quântico (para onde o elétron gira), mas o Bóson de Higgs não possui.
Essa diferença vêm sendo analisada e os pesquisadores tentam medir a rotação do Bóson de Higgs, para testar o Modelo Padrão, o que não conseguiram até agora.
A “desorganização” nessa partícula é devido natureza do campo de Higgs, caótica como algo “primordial” pretende ser.
Outros campos mais conhecidos, como o gravitacional e o eletromagnético, têm fontes óbvias, como a massa de um objeto ou uma corrente elétrica atravessando campos magnéticos, e o campo de Higgs não tem essa fonte definida.
Qual a vida útil do Bóson de Higgs?
Os pesquisadores tem buscado essa resposta, mas a existência da partícula é passageira, sobrevivendo por um pequeno período, antes de se decompor em mais partículas subatômicas.
A descoberta do Bóson de Higgs levantou questões sobre a física fundamental, a composição da matéria do universo e como as partículas se relacionam entre si.
“Tudo o que vimos até agora parece ser exatamente o que o Modelo Padrão previu. Embora isso seja interessante, também é um pouco decepcionante porque esperávamos que o Bóson de Higgs pudesse nos ajudar a ver, além do modelo padrão”
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