Uma das maiores edtechs do Brasil para ensino superior, a +A Educação propôs o debate em sua sede e o Bit Magazine foi conferir como anda o mercado de tecnologia imersiva para o ensino. Dia 28 de abril é o Dia Internacional da Educação e no momento pós-pandemia, precisamos responder à pergunta: afinal, a educação passará a ser híbrida mesmo?
A educação pode ser híbrida, mas não depende somente de tecnologia
Passamos recentemente por mudanças “forçadas” em nossos métodos de ensino. A tecnologia faz o seu papel e está em constante evolução, mas ela é um meio e não um fim ao pensarmos em educação.
A pandemia da COVID-19 obrigou as instituições a adotarem ou buscarem formas de continuar seu trabalho mesmo com o isolamento social.
Um ponto é claro: a tecnologia que foi e está sendo usada não é nova e já estava disponível nas mais diversas escalas. Agora, por qual motivo não foi utilizada antes? Resistência.
Essa é a resposta para uma questão ainda mais profunda e que não está ligada às ferramentas tecnológicas, mas sim a renovação da metodologia educacional aplicada no Brasil.
Para a diretora editorial da +A Educação, Adriane Kiperman, a pandemia fez parte de um movimento que marcou a necessidade de evolução no ensino.
Segundo a diretora, com a volta das aulas presenciais o mais importante é “que não se dê um passo atrás”, normalizando apenas as aulas expositivas padrão ou transmissão de uma aula desse tipo através de um monitor (professor fala e aluno escuta).
O fellow de inovação da universidade de Harvard, Gustavo Hoffman, foi pontual ao dizer que “a sala de aula tradicional está falida”. Após ter feito muitas pesquisas no exterior, chegou à conclusão de que após 15 dias de uma aula “padrão”, o aluno só retém 20% do conteúdo exposto.
Gustavo é mais um defensor da ideia de que a tecnologia pura não consegue transformar o ensino presencial em híbrido, uma mudança de cultura se faz necessária.
O que é ensino híbrido?
A palavra híbrido pode assumir muitos significados em diferentes contextos. De uma forma geral, significa mistura. Portanto, o ensino híbrido nada tem a ver com as máquinas substituindo os professores.
Todos os especialistas presentes no evento comungaram da ideia: “a tecnologia não substitui o professor e nem a experiência social do convívio entre alunos”.
O ensino híbrido é sobre ferramentas diferentes, mas usadas com o mesmo objetivo. O uso de conteúdo interativo em realidade aumentada ou um professor utilizando a realidade virtual para “gravar” alguma lição e disponibilizar uma explicação mais “rica” posteriormente, continuam sendo aulas.
É sobre respeitar a velocidade e o tempo de aprendizagem individual do aluno com a ajuda de ferramentas interativas, não tratar a sala de aula como teatro e os estudantes sendo a plateia. O ensino híbrido busca um pensamento coletivo de construção do conhecimento, incentivando até a inversão de posições na sala de aula.
A diretora da Triade Educacional, Lilian Bacich, acredita que o primeiro passo é a necessidade de compreensão do conceito em vista da educação, apesar de todas as barreiras tecnológicas que o país ainda possui. Mesmo com a baixa qualidade de conexão em todo o território nacional, para Lilian, “levar tecnologia, apenas, não resolve”.
O mais importante é que os professores estejam abertos para as novas ferramentas, que servem como auxílio — não substituto — na entrega de um trabalho com maior qualidade e fácil compreensão pelos alunos.
Para existir educação híbrida, o professor precisará rever as estratégias de uso das tecnologias disponíveis, sempre caso a caso nas instituições (conforme as ferramentas ofertadas) e planejando aulas voltadas a essas novas abordagens.
Tecnologia é uma forma de inovação, mas praticar a inovação é uma decisão individual e os professores precisam se adaptar, afinal, o metaverso já está aí.
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