O Ministro das Comunicações se reuniu nesta quarta-feira (28), com o presidente da República, Jair Bolsonaro e representantes do WhatsApp para discutir as últimas medidas que a companhia tomou em relação ao lançamento de uma nova ferramenta para o seu aplicativo.
Após o encontro, Fábio Faria fez um grande anúncio, onde afirmou que as decisões tomadas pela empresa não têm a ver com as eleições.
“A decisão que ocorreu aqui [no país] é totalmente comercial. Nada a ver com eleições. Não houve nenhum pedido, nem da Presidência da República, nem do Tribunal Superior Eleitoral“, disse Faria em coletiva de imprensa.
O resultado, entretanto, continua sendo o mesmo. Uma perda para o atual presidente da república que estava pensando em utilizar a ferramenta como recurso para a sua campanha de reeleição.
A reunião com o WhatsApp
Inicialmente, a reunião não havia sido listada na agenda pública, mas mesmo assim aconteceu no Palácio do Planalto. O motivo foi discutir as recentes afirmações de que a plataforma estaria segurando um novo recurso do seu mensageiro até depois das eleições.
O recurso em questão irá permitir que o alcance dos grupos do aplicativo se multiplique em no mínimo dez vezes – algo que pode ser muito útil para as campanhas políticas, mas também pode ajudar na propagação das fake news, como teme o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Mas, segundo constatou Fábio Faria, os motivos para a empresa ainda não ter lançado a ferramenta vão bem além das eleições no Brasil.
“Eles [WhatsApp] não têm data [para implementar] em nenhum lugar do mundo, mas acham que isso só vai ocorrer no segundo semestre. A decisão é global e o Brasil é um país importante para eles“, contou ele.
Interferência política?
A reunião ocorreu porque o presidente achou que as mudanças feitas pelo aplicativo seriam consequência de uma reunião entre a plataforma e o TSE – o que Faria comentou ser considerado interferência. Mas, após a reunião, ele disse que o presidente havia entendido perfeitamente que aquilo nada mais era do que uma decisão de mercado.
“Saiu na imprensa que teria tido um acordo, que o TSE teria pedido ao WhatsApp para que não iniciasse as operações no Brasil antes da eleição. E eles deixaram claro para o presidente que isso não aconteceu”, destacou”, comentou.
Segundo ele, o presidente entendeu todos os pontos citados pela empresa e que, sendo assim “não tem por que e nem como o Poder Executivo interferir”.
A empresa havia anunciado a ferramenta oficialmente no dia 14 de abril, mas durante a divulgação comentou a relação entre sua decisão e a reunião com o então presidente do TSE, Luís Roberto Barroso.
“É importante ressaltar que, como já previamente informado em uma reunião entre o então presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, e o CEO do WhatsApp, Will Cathcart, o WhatsApp não implementará nenhuma mudança significativa do produto no Brasil antes das eleições”, divulgou a empresa.
Vale lembrar que essa não é a única novidade do WhatsApp que chegará após as eleições. Reações com emojis, exclusão de mensagens em grupos por administradores e o aumento da capacidade de envio de arquivos estão todas marcadas para serem incluídas no mensageiro no final do ano.
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