Apple e Google são suspeitas por ligação com escândalo sobre terras indígenas brasileiras

Big Techs como a Apple e a Google supostamente teriam comprado ouro extraído ilegalmente por garimpeiros no Brasil.

Google, Apple e outras gigantes da tecnologia teriam adquirido ouro brasileiro de intermediárias que compraram o metal no garimpo ilegal do país.

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(Imagem: Laurenz Heymann)

Em uma matéria feita e publicada pela Repórter Brasil, grandes empresas de tecnologia como a Apple, Google, Microsoft e Amazon teriam supostamente utilizado ouro extraído ilegalmente de terras indígenas brasileiras. 

Pelos documentos oficiais obtidos e mostrados na matéria, as grandes empresas de tecnologia teriam adquirido este material por intermediárias teoricamente aptas a venda do produto.

Porém, qual parte do metal utilizado para produção de componentes teria passado por mãos de atravessadores (tráfico) e outras organizações até chegar nas BigTechs? 

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Isso porque, para compor os dispositivos eletrônicos como o hardware, as empresas norte-americanas adquiriram ouro de refinadoras.

Durante 2020 e 2021, Apple, Google, Microsoft e Amazon compraram o metal da empresa italiana Chimet e da brasileira Marsam, que estão sendo investigadas no Brasil. 

A Chimet é investigada pela Polícia Federal por obter minério através de garimpos clandestinos, já a Marsam é acusada de provocar danos ambientais ao adquirir ouro ilegal, segundo as acusações feitas pelo Ministério Público Federal. 

Todas às quatro empresas citaram as compras feitas com a Chimet e Marsam no relatório enviado que contém a lista de fornecedores de metais.

Este relatório deve ser enviado obrigatoriamente para a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (Securities and Exchange Commission, SEC).

O envio deste relatório é obrigatório, pois são empresas com seu capital na bolsa de valores. 

Mesmo assim, segundo a legislação dos EUA, às duas empresas investigadas no Brasil são consideradas “aptas” a fazerem negócios e vender tanto no país mais ao norte quanto na Europa. 

Dificuldade para o rastreamento do ouro ilegal 

As organizações citadas (Chimet e Marsam) são certificadas como responsáveis por garantir mais transparência no setor do minério – fazendo auditorias para combater violações aos direitos humanos, financiamento do terrorismo e lavagem de dinheiro. 

Entretanto, conforme a matéria feita pelo jornal brasileiro, o Brasil não é considerado uma “área de risco” – mesmo com estudos apontando que 28% do ouro extraído no Brasil tem origem comprovadamente ilegal. 

Na reportagem, Rodrigo Oliveira, assessor jurídico do ISA (Instituto Socioambiental) afirma que o Brasil não tem recursos confiáveis para rastrear o ouro e isso dificulta a certificação de contaminação do metal extraído em terras brasileiras. 

A única empresa citada que respondeu sobre o assunto foi a Apple, enviando uma nota afirmando que “seus padrões de fornecimento responsável são os melhores do setor e proíbem estritamente o uso de minerais extraídos ilegalmente”. A Apple removeu a Marsam da lista de fornecedores, mas manteve a Chimet. 

Microsoft, Google e Amazon não falaram sobre o assunto ou deram declarações sobre suas políticas de proteção, sem citar o caso especificamente.

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