A Apple resolveu retirar o carregador da caixa dos smartphones desde o iPhone 12, embora não tenha reduzido os valores dos aparelhos com essa exclusão. A empresa alegou que a decisão foi uma forma de contribuir com o meio ambiente e, apesar das fortes críticas, a decisão foi mantida. Entretanto, agora é possível entender melhor a real razão dessa mudança.
Tudo tem relação com a ampliação da margem de lucros: a empresa teve uma economia de 6,5 bilhões de dólares (R$ 33 milhões) com essa nova política.
Mas será que essa ideia foi benéfica para todos? Será que a empresa tem razão em meio a sua decisão, afirmando que quem compra um telefone, já tem um carregador para tal? Vamos conferir.
Os benefícios para a Apple
A Apple alegou que iria reduzir o volume das embalagens em 70%, o que seria algo em torno de 2 milhões de toneladas a menos na emissão de carbono por ano. Fazendo uma comparação direta, esse valor de emissão é equivalente a 450 mil carros.
Outro ponto importante para a empresa nessa mudança, foi a logística. Como as embalagens diminuíram consideravelmente de tamanho, a Apple teve espaço de sobra para transportar um número maior de celulares, mantendo um número menor de veículos. Ou seja, mais economia.
Além disso, a marca chegou a lucrar 295 milhões de dólares (R$ 1,5 bilhões) na venda de carregadores e acessórios, mostrando que ao mesmo tempo que reduz os itens, ela fatura vendendo os próprios itens por fora.
A justificativa não cola e a Apple visa apenas o lucro
Como dito anteriormente, a empresa alegou que além da parte ambiental, um outro fator para retirada foi que, quem comprava um iPhone, já teria um carregador para ele de versões anteriores. Até aí, tudo bem!
Entretanto, a empresa passou a enviar nas caixas dos aparelhos mais recentes uma versão do cabo do carregador que era compatível apenas com o iPhone 11 Pro e Pro Max, com a outra ponta do tipo USB-C.
Ou seja: se você comprou todas as versões anteriores, desde o iPhone 7 até o 11 e quiser mudar para o 12 ou 13, o seu carregador antigo não vai servir. Assim, é preciso ir até uma Apple Store gastar mais dinheiro (em torno de R$250 e $R300) por um carregador compatível.
A culpa dos consumidores
Quando você imagina que fones de ouvidos, carregadores e outros itens vão ser retirados da caixa do smartphone, o que você espera é uma redução no valor do mesmo. Porém, isso não acontece no Brasil, sendo o único lugar do mundo onde o preço dos produtos sobem cada vez mais e os itens ofertados diminuem.
Por que isso continua acontecendo? Porque as vendas não têm uma queda. Então, a empresa segue essas políticas focadas apenas no lucro. No caso da Apple, isso acontece de uma forma ainda mais agressiva.
Por fim, no Brasil é ilegal vender o aparelho sem fornecer o carregador. Entretanto, é preciso entrar com um processo judicial e esperar o resultado para conseguir o reembolso caso tenha comprado um carregador, ou ganhar um novo, caso não tenha até então. Um burocracia sem fim, por algo, que poderia ser simplesmente resolvido.
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