Em breve você pode ter mais opções na hora de fazer o download, e talvez até a compra, dos seus aplicativos e programas nos dispositivos da Apple. Segundo notícias recentes, a empresa estaria estudando a opção de permitir que usuários usem lojas de terceiros em seu ecossistema, mudando de vez seu formato de negócios.
Apple pode permitir lojas de terceiros em breve
As informações foram passadas através de um post do Bloomberg, do especialista em assuntos relacionados com a maçã, Mark Gurman. Segundo ele, a partir de 2023, a Apple vai mudar a sua política de restrição a lojas de apps de terceiros.
Aparentemente, a empresa já seria forçada a fazer a alteração em 2024, devido a uma nova regulamentação da Comissão Europeia que visa criar regras para garantir competitividade no mercado, mas vem estudando a possibilidade de implementar essa mudança um ano mais cedo.
Quando a mudança chegar, usuários do iPhone, por exemplo, vão poder fazer o download dos seus aplicativos sem precisar abrir a App Store. Isso pode fazer com que a quantidade de aplicativos disponíveis para o ecossistema aumentem de forma considerável.
A medida também pode acabar com aquela velha disputa dos 30% de impostos cobrados pela Apple sobre transações de aplicativos.
Apple considera os riscos
Nem tudo são flores. Com argumentado pela Apple, abrir seu ecossistema para “sideloading” — instalação de software sem usar a App Store — levanta sérios riscos de segurança e privacidade, já que fica mais difícil para aplicar os seus rígidos padrões de moderação.
Sobre isso, a empresa já está estudando alternativas para proteger seus dispositivos contra aplicativos inseguros. Uma das medidas consideradas por ela é verificação deles mesmo fora da App Store, embora ainda não saibamos como isso pode de fato acontecer.
União Europeia fechando o cerco na Apple
Essas mudanças são necessárias para adequação a DMA (Lei de Mercados Digitais), um projeto apresentado pela União Europeia (UE) para garantir que plataformas digitais ofereçam opções equivalentes a “mercado aberto” em seus sistemas, nivelando o campo de jogo para desenvolvedores e melhorando a vida digital dos consumidores.
A UE chama empresas como a Apple de “gatekeeper”, já que oferecem produtos e serviços para seus consumidores enquanto agem como intermediários em uma posição de controle e com potência de impacto internacional — o termo pode ser traduzido como “porteiro”, ou “guardião do portão”.
Com a regulamentação, que não afeta apenas a Apple, mas todas as plataformas que agem dessa maneira, o mercado deve ganhar mais opções.
Inicialmente a lei só deve entrar em vigor na União Europeia, mas assim como a regulamentação do USB-C como padrão de conexão para dispositivos móveis, é possível que órgãos regulamentadores de outros lugares a adotem em breve, inclusive no Brasil.
Fonte: Bloomberg, Comissão Europeia
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