A luta contra o câncer está ganhando um aliado incrível. Tendo em vista a detecção prematura da doença, a startup Earli, com base na Califórnia, vem desenvolvendo um novo método para a detecção precoce do câncer.
Como surgiu a Earli?
O Câncer é uma doença onde o tempo é de máxima importância. Quanto mais cedo ele for detectado, maior a chance de um tratamento eficaz.
Infelizmente, e geralmente, a doença só é identificada depois de muito tempo, mas hoje temos um número grande de empresas que trabalham em maneiras para a sua detecção precoce, o que basicamente virou um dos principais alvos da oncologia, a área médica responsável pelo estudo e tratamento do câncer.
Saindo à frente dessas pesquisas científicas está a Earli, a startup californiana fundada pelo empresário Cyriac Roeding e pelo médico e cientista da Escola de Medicina da Universidade de Stanford, Sam Gambhir. A parceria veio após Roeding ler um artigo sobre o cientista, descrevendo seus esforços na detecção da doença, incluindo a perda de seu filho para um tumor cerebral.
Após diversas conversas, a startup foi fundada tendo como base uma ousada ideia de Gambhir para forçar o câncer a se mostrar.
Novo método para detecção precoce do câncer
Atualmente, já existem algumas maneiras de se detectar câncer nos estágios iniciais, mas elas ainda são muito instáveis. Através da tecnologia de biópsia líquida no sangue, é possível identificar fragmentos de DNA de células cancerígenas.
Mas esse método só funciona quando o câncer já se desenvolveu o bastante para ser detectável na corrente sanguínea e, mesmo assim, ele não proporciona nenhuma maneira de rastrear as células defeituosas.
Foi aí, através da sua própria experiência dolorosa com a doença, que Gambhir surgiu com a ideia de alterar biogeneticamente os tumores em estágios iniciais para que eles mostrassem um “sinal” consistente e rastreável.
Eles injetam DNA modificado no corpo do paciente que ao entrar em contato com as células do câncer, forçam a produção de uma substância química que pode ser facilmente detectada (já que não é encontrada normalmente em humanos). Depois fazem testes de coleta de DNA no paciente, e caso encontrem a substância, podem utilizar outro composto que força o tumor a produzir uma substância mais facilmente rastreável.
Segundo a startup, essa metodologia pode permitir que médicos encontrem e tratem o câncer de forma mais ágil e no futuro, ao invés de rastrear a anomalia, eles esperam poder tratar o câncer diretamente.
Hoje o tratamento já está sendo utilizado em testes clínicos (em humanos), com a finalidade de mostrar que a tecnologia não causa danos. A expectativa é que nos próximos anos ela seja usada como método preventivo para grupos de risco, como fumantes.
Infelizmente, o autor da ideia, Gambhir, morreu em julho de 2020, 16 meses após descobrir portar um câncer que já havia se espalhado para sua medula óssea. Ele nem chegou a ver sua ideia sendo usada.
Fonte: Wired
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