Ciência finalmente explica por que pássaros no Brasil são tão coloridos
Cientistas comprovaram a crença de que os pássaros tropicais situados próximos à linha do equador tendem a ser mais coloridos.
Uma teoria de longa data foi confirmada recentemente em um estudo realizado pelos cientistas da Universidade de Sheffield. Trata-se da comprovação da crença de que os pássaros tropicais situados próximos à Linha do Equador – onde fica o Brasil e outros países – tendem a ser mais coloridos.
A descoberta foi publicada na Nature Ecology & Evolution, onde é possível constatar que pássaros tropicais são 30% mais coloridos do que as aves que vivem nas proximidades dos polos.
Embora naturalistas como Charles Darwin e Alexander von Humboldt tenham suspeitado dessa tendência nos séculos 18 e 19, somente agora cientistas conseguiram comprovar esta tese.
O estudo contou com uma série de recursos tecnológicos focados em imagem e dados precisos que, juntos, possibilitaram a análise desses padrões em escala global. A equipe de pesquisa foi liderada pelo Dr. Cooney e Dr. Gavin Thomas, da Escola de Biociências da Universidade.
Análises da pesquisa sobre pássaros tropicais
Durante a pesquisa, 4.500 espécies de pássaros tropicais passeriformes foram fotografadas. Tratam-se de aves empoleiradas, como pardais e pássaros canoros e tentilhões. A equipe da Sheffield conseguiu identificar a cor exata da plumagem em 1.500 pontos individuais em cada espécime.
Mas para fazer essa identificação foi necessário extrair dados dos pixels da fotografia. A técnica permitiu que os pesquisadores extraíssem o número total exato de ‘loci de cor’ por cada espécime semelhante a uma métrica intuitiva de coloração. Ainda não foi dada nenhuma explicação pelo fato de os pássaros tropicais serem mais coloridos.
No entanto, as descobertas mencionam que as discrepâncias alimentares entre as espécies tropicais e não tropicais, bem como a influência do habitat natural, têm o poder de desempenhar um papel fundamental na coloração de suas penas. Vale mencionar que as descobertas apresentam informações sobre a distribuição da biodiversidade em todo o planeta Terra.
Assim, os pesquisadores terão mais facilidade na identificação dos chamados ‘pontos quentes’ de cores das aves. Na prática, esses pontos se tornarão mais conscientes do que poderia ser perdido caso as espécies de aves estudadas e os respectivos habitats não fossem devidamente conservados.
Os pesquisadores conseguiram fotografar mais de 24 mil aves que compõem a coleção do Museu de História Natural em Tring. O acervo conta com espécimes de mais de 95% das aves vivas em todo o mundo.
Para Chris Cooney, principal investigador da Escola de Biociência da Universidade de Sheffield, o trabalho é capaz de revelar um amplo padrão de que a tendência é de 30% mais aves coloridas em direção ao equador, além de identificar possíveis explicações sobre este fato.
“Isso é empolgante porque nos ajuda a entender melhor os fatores que promovem e mantêm a biodiversidade em escala global. No entanto, essas associações em larga escala com o habitat das espécies e as diferenças alimentares só podem nos dizer muito e há muito mais a ser aprendido sobre os fatores ecológicos e evolutivos precisos que promovem o aumento da coloração nas espécies tropicais”, concluiu.
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Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR e Bit Magazine, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças e tecnologia.