A tecnologia avança cada dia mais e com esse progresso surge a necessidade de novas fontes de energia. Pensando nisso, pesquisadores da Universidade de Cambridge criaram um computador alimentado por “baterias de algas”.
O sistema ainda é apenas uma prova de conceito inovadora e no momento não tem viabilidade real, mas os seus criadores comentam que em breve deve haver soluções de energia parecidas alimentando diversos dispositivos.
“A crescente Internet das Coisas precisa de uma quantidade cada vez maior de energia, e achamos que isso terá que vir de sistemas que possam gerar energia, em vez de simplesmente armazená-la como baterias (…) Nosso dispositivo fotossintético não funciona como uma bateria porque está continuamente usando a luz como fonte de energia”, disse o co-autor sênior do artigo, professor Christopher Howe.
O “computador de algas”
O dispositivo é composto por uma colônia de cianobactérias, conhecidas como algas verde-azuladas, colocadas dentro de um recipiente de metal aproximadamente do tamanho de uma bateria.
A caixa então foi deixada em um local com muita exposição ao sol, permitindo que as algas fizessem a fotossíntese livremente. Na sequência, liberavam uma pequena carga elétrica usada para alimentar um chip ARM Cortex-M0+.
Diferente de baterias comuns, as baterias de algas não armazenam, mas sim produzem energia. Podemos pensar nelas como painéis solares orgânicos. Isso faz com que sua duração possa superar e muito a de baterias convencionais.
“Ficamos impressionados com a consistência com que o sistema funcionou por um longo período de tempo – pensamos que poderia parar depois de algumas semanas, mas continuou”, disse o Dr. Paolo Bombelli, um dos autores do artigo.
É possível ter um computador 100% funcional com a tecnologia?
Durante o experimento, o chip foi utilizado para fazer cálculos básicos consumindo apenas 0,3 microwatts por hora. Os dados permitiram que os cientistas calculassem que seriam necessárias 333.000.000 “baterias” de algas para fazer funcionar um computador normal, desses de casa.
Isso quer dizer que no momento ainda não é viável ter um computador completamente alimentado pela tecnologia. Os cientistas ainda precisariam trabalhar em uma forma de escalar e otimizar as baterias de algas.
Um dos maiores problemas no momento é a taxa de absorção de energia das plantas. Atualmente elas só conseguem absorver cerca de 0,25% da energia armazenada na luz solar. Só para comparação, um painel solar absorve cerca de 20%;
Em contrapartida, os defensores da tecnologia afirmam que a confecção das baterias seriam muito mais baratas e, no futuro, será possível vermos “lírios” gigantes flutuando na água, revestidos por algas enquanto servem de estações de energia móveis.
A tecnologia, mesmo em seus estágios iniciais, parece muito promissora e vem impressionando pesquisadores da área.
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