Cineasta afirma que algoritmo do TikTok gera mais violência e discriminação; entenda
Criadora de conteúdo e cineasta afirma que algoritmo do TikTok é misógino após publicar vídeo sobre consentimento.
O TikTok está em várias polêmicas envolvendo seu algoritmo e a segurança do usuário. Agora, uma cineasta e criadora de conteúdo afirma que a plataforma está gerando ódio a uma de suas produções.
Vídeo publicado no TikTok gera polêmica sobre consentimento
Emmeline Hartley, criadora de conteúdo e cineasta, publicou um vídeo sobre consentimento no TikTok que alcançou cerca de 1,2 milhões de visualizações. O vídeo teve uma enxurrada de comentários de homens acusando mulheres de alegar agressão.
A cineasta afirma que o algoritmo da plataforma está gerando ainda mais ódio ao vídeo – os usuários da rede social recebem conteúdos de acordo com vídeos curtidos anteriormente e conforme o que pessoas com gostos parecidos comentam e assistem.
Entretanto, o TikTok já afirmou ser contra a misoginia e a violência de gênero, um porta-voz da ByteDance (dona da rede social) afirmou:
“Nossas diretrizes da comunidade chamam isso especificamente de ideologia de ódio e temos clareza de que não queremos esse conteúdo em nossa plataforma”
O porta-voz ainda acrescentou que mais de 100 comentários foram banidos e apenas uma pequena porção de outros comentários de ataque foram deixados.
O trecho em questão faz parte do curta-metragem de Hartley chamado de “Keep Breathing”.
A cineasta afirma que não conseguiu contato direto com a plataforma e se questionou sobre como o corte repercutiu negativamente e chegou em uma bolha misógina.
Da ficção para a realidade
O filme de Hartley é de 2018 e conta a história (fictícia) de um casal que discute em um elevador sobre um encontro na noite passada e ocorrem vários flashbacks de cena.
O curta foi feito em 2018, tem 18 minutos e foi apoiado pela British Film Institute.
No enredo, ambos os personagens estavam alcoolizados, se conheceram em uma festa e, depois de um mal-entendido, “não ficou claro” se a mulher queria ficar ou não com ele – aqui vem a questão.
No trecho publicado no TikTok, há apenas a discussão do par, e não o contexto total da história.
Entretanto, quando a cineasta tentou adicionar outros trechos que contextualizasse a história, esses foram repetidamente removidos da plataforma.
Mesmo com todo o perrengue, Hartley diz:
“Alguns dos comentários foram saudáveis, algumas pessoas mudaram de ideia enquanto respondiam umas às outras. Acho que é importante, precisa ser divulgado.”
Tentando furar bolhas
O algoritmo do TikTok funciona como ‘recomendação’, ou seja, se uma parcela do público que parece com o usuário comenta aquilo e curte, provavelmente isso vai furar a bolha inicial da primeira exibição.
Plataformas como o Instagram e Facebook também estão tentando ficar mais parecidos com este algoritmo da rede social chinesa.
Com informações: BBC.
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