Os cogumelos podem ser a salvação para quem sofre de depressão. O composto psicoativo psilocibina (encontrado em cogumelos psicodélicos) rendeu bons resultados em estudos.
Cogumelos podem ajudar contra a depressão
De acordo com um estudo publicado na revista científica The New English Journal of Medicine, a substância psicoativa chamada psilocibina encontrada em alguns cogumelos pode ajudar no tratamento da depressão – quando o uso é combinado com psicoterapia, reitera o estudo.
Uma versão sintética da substância foi feita pela empresa COMPASS desde que em 2018 a empresa ganhou o prêmio de “status de inovação” por conta da psilocibina.
Desde então a companhia começou os estudos clínicos. Pesquisadores da companhia junto de especialistas de vários países como o Reino Unido e Estados Unidos desenvolveram os estudos mais aprofundados.
O resumo do estudo é: os resultados são promissores, mas o uso da substância tem de ser feito com cautela.
Não é de hoje que drogas psicodélicas como o LSD, MDMA e a ketamina fazem parte de pesquisas sobre o potencial terapêutico dessas substâncias.
Porém, para a FDA (Food and Drug Administration, ligada ao governo dos Estados Unidos), apenas a ketamina é liberada hoje, mesmo as outras drogas também tendo resultados promissores.
Estudo de caso com pacientes
Os pacientes foram divididos em três grupos e cada grupo recebeu diferentes quantidades do COMP360, a psilocibina sintética feita pela COMPASS. O grupo de controle recebeu um miligrama, o segundo grupo 10 miligramas e o terceiro grupo recebeu 25 miligramas.
Todos os pacientes tiveram acompanhamento com terapeutas e fizeram uma preparação com um profissional de saúde mental.
O diretor médico do COMPASS e professor emérito de psiquiatria da Universidade de Oxford, e um dos pesquisadores do estudo explica como o COMP360, Guy Goodwin, disse à revista Inverse:
“A molécula real de psilocibina nos cogumelos Psilocybe e no COMP360 é a mesma. A formulação como forma cristalina garante a dose, o que não pode ser feito exatamente para cogumelos.”
Descobriu-se que apenas o grupo que recorreu aos 25 miligramas apresentou melhoras significativas contra a depressão.
Usando a substância e fazendo acompanhamento terapêutico, um em cada três pacientes não preenchiam mais os critérios para o diagnóstico depressivo. Um em cada cinco manteve uma melhora expressiva até a 12 semana.
Entretanto, a cautela é necessária, pois alguns pacientes apresentaram ideação suicida durante o uso. Mais estudos estão sendo feitos para sanar esta questão.
Agora as pesquisas vão para a terceira fase e espera-se que, se tudo correr como o esperado, a empresa irá tentar a aprovação da FDA para a venda.
O que você achou? Siga @bitmagazineoficial no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui