Meta teria impedido os funcionários de discutir a decisão da Suprema Corte americana em derrubar Roe versus Wade (famoso caso de aborto nos Estados Unidos) em mensagens internas ou conversas abertas.
A ideia por trás da decisão do grupo de Mark Zuckerberg seria evitar discussões acaloradas e suas consequências gerais para o ambiente de trabalho como: falta de comunicação, ruído, queda de produtividade, entre outros.
Segundo o New York Times, o Meta emitiu um memorando em 12 de maio dizendo que “discutir o aborto abertamente no trabalho tem um risco e pode criar um ambiente de trabalho hostil.”
No memorando, a empresa coloca “não permitir discussões abertas” entre os funcionários. No dia 24 de junho, após nova decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos sobre a legalização do aborto, este memorando divulgado em maio foi retomado pelo Meta.
Afirmou-se também que a nova política da empresa colocou “fortes proteções em torno de conversas sociais, políticas e sensíveis”.
Um empregado do Meta, o engenheiro de software, Ambroos Vaes, criticou publicamente as restrições do Meta em um post no LinkedIn.
Vaes diz no post: “Em nossa plataforma interna do Workplace, os moderadores removem rapidamente postagens ou comentários que mencionam o aborto”.
Este e outros funcionários estão reclamando de censura. “A política de comunicação ‘não violenta’ que foi implementada explicitamente não permite isso (exclusão de postagem)”, reitera Vaes.
E finaliza o desabafo: “O investimento contínuo do Meta em modismos perigosos e ridículos, como NFTs, significa que nunca fiquei tão desapontado com a empresa para a qual trabalho como agora.”
Não é invenção do Meta, discussão sobre aborto é histórica nos EUA
Em decisão histórica, no ano de 1973, uma decisão na Suprema Corte dos EUA tornou o aborto legal. Essa decisão ocorreu após ‘Jane Roe’ (pseudônimo) de 25 anos exigir um aborto no Texas.
Na ocasião, o Estado do Texas proibia o aborto em todos os casos, exceto quando a vida da mãe estava em perigo.
O responsável do estado em contrariar o pedido de ‘Jane Roe’ era o defensor da lei anti-aborto, o promotor Henry Wade — membro no condado de Dallas, no Texas.
A vítima estava grávida do seu terceiro filho quando entrou na justiça alegando ter sido vítima de estupro, em 1969. Com a decisão sendo desfavorável a ela, foi obrigada a gestar e ter o bebê.
Entretanto, um recurso chegou à Suprema Corte em 1973, e seu caso foi examinado.
Na ocasião, por 7 votos a 2, a Suprema Corte decidiu que não era poder dos Estados impedir o aborto por ser considerado um direito da mulher de interromper a gravidez segundo a Constituição norte-americana.
Porém, na última semana, a Suprema Corte decidiu a favor da proibição do aborto no Mississipi a partir da 15 semana de gestação.
Ao tomar essa decisão, acabou-se efetivamente com o direito de escolha de quem está gestando, já que agora os Estados poderão decidir individualmente.
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