Como o metaverso pode influenciar em uma Terceira Guerra Mundial
O ser humano está muito longe de acabar com as guerras, mesmo no metaverso. A tecnologia só pretende retirar os combatentes do campo
Assim como a internet teve origem militar, o metaverso tem capacidade suficiente para influenciar o início de uma Terceira Gerra Mundial. Os elementos necessários já existem, mas os militares estão desenvolvendo suas próprias experiências no metaverso para ter um novo “campo” para suas batalhas.
O metaverso influencia a indústria bélica e vice e versa.
O medo de uma Terceira Guerra Mundial sempre foi o uso total e indiscriminado de arsenais nucleares imensos que poderiam acabar com a vida no planeta. Essa tecnologia já está ultrapassada. Agora, é mais fácil termos guerras em ambientes virtuais e de sabotagem do que explodir bombas na casa do “vizinho”.
Explodir os “inimigos” se tornou ineficaz quando a nova possibilidade é implodir um Estado Nação de dentro, tecnologicamente, sem “vazamento” de radiação, uma guerra mais “limpa”.
O foco das startups de defesa está agora em criar estratégias e campos de batalha, onde o combate será “protegido” sem a necessidade de resultar em uma grande carnificina.
Simuladores de voo são ótimos na área civil, para praticar e ganhar horas de voo, mas se um piloto é militar, o único jeito de aprender a voar para combate é em conflitos contra ameaças reais.
Uma mistura de realidade aumentada, inteligência artificial e gráficos de videogame, por exemplo, permitiu que pilotos de caças praticassem combates aéreos contra oponentes virtuais, incluindo aviões de guerra chineses e russos.
A Red 6 é a empresa que está desenvolvendo a tecnologia para treinamentos militares de baixo custo e risco. A organização propõe um teste muito mais realista das habilidades de um piloto do que um simulador de voo convencional.
O foco é substituir a presença física dos combatentes no campo, não acabar com a guerra
Os exércitos estão preocupados em reduzir ao máximo a exposição de seus combatentes e o risco de uma morte física, mas não acabar com as guerras entre nações.
Segundo o The Wired, já em 2018, o Exército dos EUA anunciou que pagaria à Microsoft um valor máximo de US$ 22 bilhões para desenvolver uma versão de seu sistema de realidade aumentada, o HoloLens, para os combatentes, ganhando o nome de Sistema Integrado de Aumento Visual (IVAS).
Basicamente, seriam capacetes que dariam a visão do piloto como se estivesse em um avião de combate, controlando-o, mas sem o risco de morrer ao ser abatido por um inimigo.
Pensando dessa forma, o que impediria que esses capacetes se transformassem em roupas para controle de máquinas de guerra? Um lugar onde os soldados estariam protegidos em bunkers e a população também, liberando o “campo de batalha” para androides que apenas custam dinheiro, mas deixam de oferecer o sangue humano em conflitos socioeconômicos?
Já estamos vivendo as primeiras guerras híbridas, mas o futuro com o metaverso poderia deixá-las completamente virtuais, reduzindo “danos colaterais”.
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Leandro Kovacs é jornalista e radialista. Trabalhou com edição audiovisual e foi gestor de programação em emissoras como TV Brasil e RPC, afiliada da Rede Globo no Paraná. Atuou como redator no Tecnoblog entre 2020 e 2022, escrevendo artigos explicativos sobre softwares, cibersegurança e jogos. Desde então, atua como editor no Grupo Gridmidia.