Simulações feitas por supercomputadores trouxeram uma nova hipótese de como a Lua foi “criada”, apontam cientistas. O uso desses equipamentos modernos altera conceitos anteriores sobre a gênese de nosso satélite natural.
Origem da Lua pode ter sido diferente
De acordo com novos estudos promovidos por cientistas do Instituto de Cosmologia Computacional da Universidade de Durham, no Reino Unido, com o uso de simulações feitas em supercomputadores, a Lua poderia ter uma origem diferente das principais teorias até o momento.
A origem mais difundida e creditada até agora é de 1975, que “considera que um corpo celeste do tamanho de Marte, chamado Theia, colidiu com a Terra há cerca de 4,5 bilhões de anos, quando nosso planeta ainda estava em formação e era uma grande bola pastosa e quente. Um pedaço do globo terrestre teria se soltado e formado a Lua.”
Segundo esta teoria, a Lua teria sido criada de acordo com um acúmulo gradual de detritos ao redor da Terra que vieram deste impacto.
Agora, após centenas de simulações feitas do impacto que poderia ter ocorrido, variando ângulos, massa e rotação, novas hipóteses sugerem que a Lua teria crescido dentro de um disco de detritos ao redor da Terra.
Ou seja, ainda há muito o que se descobrir sobre este satélite natural, já que sua composição rochosa pode ter variações nela mesma.
Os cálculos só foram possíveis por conta do código aberto SWIFT, executado no serviço DiRAC Memory Intensive (“COSMA”), hospedado na Universidade de Durham em conjunto com a instalação DiRAC High-Performance Computing.
Simulações de alta resolução
Os estudos revelaram que se feitas em baixa resolução, as simulações podem não mostrar detalhes importantes sobre a colisão, por isso o uso dos supercomputadores foi crucial.
As simulações conseguiram reproduzir um satélite parecido com a Lua, mostrando características com camadas externas ricas em material originário da Terra.
Também houve a hipótese de que o impacto seria mais rápido e muito mais forte do que se imaginava.
Jacob Kegler Reis, pesquisador-chefe do estudo, disse:
“Isso abre toda uma nova gama de possíveis pontos de partida para a evolução da Lua. Entramos neste projeto sem saber exatamente quais seriam os resultados dessas simulações de alta resolução. Então, além da grande revelação de que as resoluções padrão podem dar respostas erradas, foi ainda mais empolgante que os novos resultados pudessem incluir um satélite tentadoramente parecido com a Lua em órbita.”
Agora, a teoria de 1975 está em contestação, já que provaram que a Lua tem mais semelhanças com o manto da Terra do que com os detritos de Theia. Além disso, a simulação traz a hipótese de um satélite “imediato” após a colisão espacial.
Espera-se que o Projeto Artemis possa trazer novas amostras e desvendar mais um mistério sobre a Lua.
Com informações: Physis.org
O que você achou? Siga @bitmagazineoficial no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui