A expectativa era de que o metaverso chegasse com força total, mas o receio em investir e cair de cabeça neste novo universo ainda é grande. Os relatos sobre experiências são diversos, positivos e, infelizmente, também negativos. A novidade da vez é uma denúncia envolvendo violência sexual no metaverso.
A denúncia foi registrada pela organização sem fins lucrativos SumOfUs. O episódio envolveu o avatar feminino de uma pesquisadora de 21 anos, durante a participação em um experimento no Horizon Worlds do Meta.
Esta é uma plataforma de realidade aumentada e virtual que pode ser acessada apenas em dois países, nos Estados Unidos da América (EUA) e no Canadá.
A ferramenta surgiu como uma das maiores apostas da empresa de Mark Zuckerberg para o metaverso.
Assédio no metaverso
Segundo relatos da própria pesquisadora, dois avatares masculinos se aproximaram dela com uma garrafa de bebida virtual na mão.
A dupla proferiu uma série de comentários obscenos até que o avatar de um deles se aproxima da representação virtual da mulher, enquanto o outro apenas observa.
Mesmo que o episódio de violência sexual tenha acontecido somente no metaverso, a pesquisadora afirma ter ficado em estado de choque.
Ela tentou o autocontrole forçando o pensamento de que, nada havia acontecido com ela fisicamente, mas sim em um ambiente virtual.
No entanto, o ocorrido é uma forma de demonstrar as reais intenções de alguns usuários do metaverso e como podem afetar a vida real, representando um risco à sociedade.
Neste sentido, a organização sem fins lucrativos solicitou para a empresa de Mark que investigue este caso e tome as providências cabíveis, evitando novos episódios de violência sexual no metaverso.
Limitações e proteções
Vale mencionar que, atualmente, o metaverso conta com um recurso denominado “Limite Pessoal”, estabelecido justamente para impedir interações indesejadas.
A ferramenta determina o cumprimento de uma distância mínima de 1,2 metros entre os avatares que não compõem a lista de amigos.
Entretanto, neste caso em específico, o recurso não estava ativado durante o ato de violência.
Na oportunidade, a pesquisadora contou que já presenciou alguns ataques homofóbicos e violência armada virtual no ambiente.
Observando este fato, a SumOfUs elaborou um relatório a respeito dos variados casos de violência que acontecem sempre em ambientes virtuais.
“Sem uma ação urgente, isto vai tornar-se pior. Até os reguladores obrigarem a Meta a responsabilizar-se pelos perigos encontrados nas suas plataformas, diminuir a sua influência nas indústrias tecnológicas e o seu reinado de práticas de recolha de dados sem escrúpulos, o metaverso vai tornar-se uma espiral para um ambiente tóxico”, diz o estudo.
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