Os buracos negros, essa força cósmica magnífica, que ainda sabemos muito pouco, não deixou de surpreender durante o ano de 2022. Além de imagens, novas teorias foram feitas, outras confirmadas, tudo sobre esse micro ponto supermassivo com uma gravidade tão absurda que nem a luz consegue escapar.
Ilustração feita pela NASA para demonstrar como seria o fenômeno envolvendo o buraco negro (Imagem: NASA/JPL-Caltech)
6. Estimativa de quantos buracos negros existem no universo
Buraco negro devorando estrela. ((Crédito da imagem: NASA, ESA, RYAN FOLEY/UC SANTA CRUZ)
Em janeiro de 2022, cientistas chegaram a valores absurdos sobre a quantidade de buracos negros existentes em nosso universo. A massa total deles seria em torno de 1% de toda a matéria “normal” do espaço (lembrando que o nosso espaço é composto em sua maioria por matéria escura, que não entra nessa contagem).
O 1% pode parecer pouco, mas o valor absoluto (unidades) de buracos negros com massa correspondente a uma estrela é enorme. Segundo a estimativa dos cientistas, eles chegam a 40 quintilhões (40 seguido de “21 zeros”).
5. Buraco negro próximo da Terra foi desmascarado
Buraco negro desmascarado (Imagem: Divulgação/ESO/L. Calcada)
Uma descoberta feita em 2020 foi refutada com sucesso por cientistas. Na ocasião, acreditava-se ter encontrado evidências de que o HR 6819, localizado a apenas 1.000 anos-luz de distância da Terra, se tratava de um sistema triplo. A constituição seria com uma estrela orbitando de perto um buraco negro e outra estrela em uma órbita mais ampla.
Porém, em março de 2022 aqueles cientistas céticos da descoberta conseguiram provar seu ponto. Após novas observações feitas com o Very Large Telescope do ESO (VLT) e o seu Interferômetro, foi constatado se tratar de duas estrelas numa órbita próxima, sem um buraco negro. Uma delas estava “sugando” a massa da outra, um fenômeno chamado de “vampirismo estelar”.
4. Simulação de buraco negro confirma teorias de Stephen Hawking
(Imagem: NASA/Divulgação)
Durante o mês de novembro, cientistas criaram uma simulação de buraco negro que seria a comprovação de uma das teorias de Stephen, a radiação de Hawking. Em 1974, o físico previu que os campos gravitacionais extremos em torno dos horizontes de eventos (limites ou fronteiras dos buracos negros) criariam fótons e consequentemente luz.
Isso seria sustentado pela física quântica, que não aceita o conceito de vácuo vazio. Segundo ela, o espaço está essencialmente repleto de vibrações que, se carregadas com energia suficiente, podem explodir em pares de partículas e antipartículas que quase imediatamente se aniquilam, produzindo luz.
Os pesquisadores simularam um buraco negro usando uma cadeia de átomos de constituição singular. Ao ajustar a facilidade com que os elétrons poderiam saltar de um átomo para o próximo na linha (com uma parte da cadeia caindo sobre o horizonte de eventos simulado), eles detectaram um pico de temperatura na cadeia, o que lembrava a teoria de Stephen Hawking.
Essa teoria é muito buscada pelos cientistas, pois se encontra no meio-termo da relatividade geral de Einstein (universo e interação em escalas cósmicas) e a física quântica (interação entre as menores partículas existentes).
3. Buraco negro “se alimenta” e depois coloca para fora o excedente
Buraco negro “vomitando” uma estrela? (Imagem: Reprodução / Centro de Astrofísica Harvard & Smithsonian)
No fim de 2018, esse buraco negro foi avistado “devorando” uma estrela, sugando pouco a pouco sua matéria. Muitos chamam de alimentação espaguete, pois a força de “sucção” é absurdamente maior ao se aproximar do horizonte de eventos do buraco negro, como uma boca humana.
Já em 2022, após o “almoço”, o buraco negro foi novamente avistado, porém, com um comportamento atípico. Parece que sua refeição não caiu muito bem, e ele começou a expelir material restante dessa refeição de três anos antes (esse período terrestre é um piscar de olhos ou menos para o tempo cósmico).
Cientistas ficaram muito espantados, pois nunca tinha visto isso antes, ao que parece, o buraco negro comeu demais, muito rápido e passou mal.
2. Buraco negro guloso nos devoraria em 1 segundo
Alguns buracos negros têm uma força de destruição descomunal até para eles, são chamados de crescimento acelerado. Esse ano foi descoberto um novo exemplo desse tipo, segundo os cientistas, ele teria a maior capacidade nos últimos nove bilhões de anos.
Seu tamanho é assustador, com três bilhões de vezes o tamanho do nosso Sol. Com essa robustez, todo o nosso sistema solar caberia dentro do seu horizonte de eventos (onde não há mais escapatória).
Ele conseguiria devorar um Planeta Terra por segundo. Ele absorve tanta matéria e tão rápido que resultou em um quasar. O quasar é um fenômeno extraordinariamente brilhante de uma galáxia, no seu caso, explodindo com energia suficiente para torná-lo 7.000 vezes mais brilhante do que a luz de todas as estrelas da Via-Láctea juntas.
Os cientistas agora estão se perguntando o que faria esse buraco negro ser tão diferente dos restantes encontrados no universo conhecido.
1. Primeira imagem de Sagitarius A, o buraco negro de nossa Via-Láctea.
Primeira imagem de Sagitarius A (Imagem: Divulgação/EHT)
Com certeza essa foi uma imagem que rodou o mundo no ano de 2022, onde conseguimos observar o que seria a aparência do buraco negro localizado no centro da nossa galáxia. Ele é simplesmente o gigantesco buraco negro no coração da Via-Láctea. O Event Horizon Telescope (EHT) capturou a imagem através de ondas de rádio submilimétricas emitidas pelo gás quente girando em torno da borda do buraco negro.
O instrumento utilizado para a captura se tornou famoso em 2019, por registrar a primeira imagem de um horizonte de eventos de outro buraco negro, um pouco mais fácil, pois emitia muita luz ao devorar tanta matéria.
Com informação: Space 1, 2, 3, 4, 5, 6.
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