A Coreia do Norte deu mais um passo em seu programa espacial. O país mais fechado do mundo divulgou fotos que afirma terem sido tiradas após o lançamento de míssil mais potente em cinco anos.
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O fato foi divulgado após a Coreia do Sul e o Japão denunciarem o lançamento do míssil, no último domingo (30), ao detectá-lo em seus sistemas antimísseis.
O ditador norte-coreano, Kim Jong-un, observa em 2017 o lançamento de um míssil Hwasong-12 (Foto: KCNA)
É estimado que o míssil percorreu uma distância moderada para um IRBM, cerca de 800 km, e atingiu uma altitude de 2.000 km antes de pousar nas águas do Japão.
Em sua potência máxima e em uma trajetória padrão, o míssil é capaz de viajar até 4.000 km.
Coreia do Norte disse que teste verificou “precisão”
A agência de notícias estatal KCNA informou que o teste do míssil foi realizado para “verificar sua precisão”. E foi angulado propositalmente para pousar “levando em consideração a segurança dos países vizinhos”.
A imprensa estatal também publicou imagens raras, algumas das quais afirma terem sido tiradas por uma câmera instalada na ogiva do míssil.
(Imagem: KCNA)
Alerta na comunidade internacional
Pyongyang realizou um número recorde de sete lançamentos de mísseis apenas no mês passado — uma intensa onda de atividade que foi fortemente condenada pelos EUA, Coreia do Sul, Japão e outras nações.
A Organização das Nações Unidas (ONU) proíbe a Coreia do Norte de realizar testes de armas balísticas e nucleares — e impõe sanções severas. Mas o país desafia regularmente a proibição.
Autoridades dos EUA disseram nesta segunda-feira que o recente aumento nas atividades justifica novas negociações com Pyongyang.
No domingo, o presidente sul-coreano Moon Jae-in disse que, com o último lançamento, a Coreia do Norte “chegou perto de destruir a declaração de suspensão”.
O atual momento é delicado e significativo, visto que os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim começam neste fim de semana e a eleição presidencial da Coreia do Sul está prevista para março.
“É consistente com seu comportamento passado de tentar intimidar a Coreia do Sul e o novo presidente”, avalia Daniel Pinkston, professor de relações internacionais da Universidade de Troy, nos EUA, que mora na Coreia do Sul.
Desenvolvimento avançado de míssil
O líder sul-coreano, Kim Jong-um, disse no início do ano que o desenvolvimento de um míssil intercontinental estava “bastante avançado”.
A Coréia do Norte nunca forneceu dados sobre o desempenho de seus mísseis quando “reentram na atmosfera”, o que impede uma avaliação concreta de sua verdadeira capacidade, sugerindo que ele está em estágio inicial.
A tecnologia é necessária para que a cabeça do míssil suporte a vibração e o calor da fase terminal do voo antes de causar impacto já que é nela que fica localizada uma carga explosiva como, por exemplo, uma bomba atômica.
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