A OMS (Organização Mundial da Saúde) fez declarações na última semana deixando claro estar extremamente preocupada sobre o estado do Covid-19 nas áreas de conflito. O maior medo é de que a guerra na Ucrânia possa colocar o mundo em risco biológico ao espalhar doenças devido à alta concentração de pessoas em determinados lugares.
“Toda vez que você rompe uma sociedade assim e coloca, literalmente, milhões de pessoas em movimento, as doenças infecciosas vão se aproveitar disso”, declarou o Dr. Mike Ryan, diretor de programa de emergência da OMS.
Segundo Mike, as péssimas condições sanitárias alinhadas com o estado de saúde físico e mental das pessoas pode fazer com que elas sejam contaminadas pelo vírus e outras doenças transmissíveis, que continuarão a se espalhar.
Guerra na Ucrânia: risco biológico vai além do Covid
A OMS também demonstra muita preocupação acerca das condições de doentes e feridos, principalmente os que estavam em hospitais que sofreram ataques ou se localizavam perto de áreas atacadas.
“Recebemos diversas informações não confirmadas de ataques a hospitais e infraestruturas de saúde, e um acidente confirmado na semana passada, em que um hospital foi destruído por ataques armados, matando quatro pessoas e ferindo 10, incluindo seis trabalhadores da saúde. Estamos no processo de checagem de outros incidentes”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
Ucrânia já vinha sofrendo com o Covid quando o conflito começou
Segundo os dados fornecidos por sites que compilam estatísticas sobre a saúde mundial (como o Our World In Data, da Universidade de Oxford) a Guerra na Ucrânia teve seu início justamente quando o país estava saindo de uma quarta onda de casos relacionados com a Ômicron (variante do coronavírus), incluindo várias mortes.
Quadro que pode piorar muito agora que a infraestrutura do país está seriamente abalada devido aos ataques da Rússia. Nos primeiros dias do conflito, entidades internacionais já chamavam atenção para a escassez de insumos básicos para tratar os pacientes mais críticos.
A própria OMS havia soltado um alerta no dia 27 de fevereiro onde mencionava a dificuldade de transportar oxigênio para a Ucrânia, que no momento já estava quase sem estoques.
“Caminhões não conseguem mais transportar os tanques de oxigênio das fábricas até os hospitais espalhados por todo o país, incluindo para a própria capital Kiev“, informou a OMS, por uma nota publicada em seu site.
Hoje o problema vai além de suprimentos e falta de meios de comunicação. Os conflitos já se arrastam por vários lugares no país e a OMS está mais e mais preocupada com a situação de propagação do Covid – que, além de tomar conta do país, pode aproveitar das situações dos emigrantes para se espalhar pelo mundo.
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