Covid mata inventor do GIF, o programador Steve Wilhite
De forma rápida e avassaladora Steve Wilhite morre por COVID-19, deixando o seu maior legado criativo, o formato GIF de animação
As complicações provenientes da doença que afetou todo o planeta encerrou mais uma vida. A vítima da vez, o inventor do GIF, Steve Wilhite morreu por complicações da COVID-19.
Cientista da computação, Steve Wilhite morre aos 74 anos
A carreira do cientista chegou ao fim aos 74 anos. Steve criou em 1987 o conhecido formato GIF (Graphics Interchange Format), onde “os arquivos podem conter várias imagens em simultâneo, e as pessoas perceberam que as imagens poderiam carregar sequencialmente” segundo o How-To Geek, dando início ao seu uso para fazer pequenas animações, sem áudio.
A evolução da doença que levou o “pai” do GIF a morte foi rápida, menos de duas semanas após contrair a COVID-19. Segundo sua esposa, Kathaleen Wilhite, em declaração por telefone ao NPR:
“Chegou de repente. Acordou em uma manhã e disse: ‘Querida, eu não me sinto bem. Eu não me sinto bem em tudo’. Ele estava com febre, vomitando tanto. No dia seguinte começou a tossir mal.”
Segundo o NY Post, Kathaleen recebeu uma chamada na segunda-feira (21), solicitando sua ida imediata ao hospital devido à piora do estado de saúde do seu marido, que já fora colocado em coma. Após alguns momentos de sua chegada a unidade de saúde, Steve Wilhite faleceu. A viúva, definiu o que estava sentindo sobre aquele momento em sua declaração ao NPR:
“É tão ruim. É tão trágico”, lamentou.
Um gênio que acertou por acaso
Steve Wilhite deixa seu legado, o formato GIF, que passou a ser utilizado para criar pequenas animações com imagens estáticas em carregamento sequencial. Contudo, ele não teve esse objetivo inicial no projeto.
O que fez o formato ganhar tamanha notoriedade foi, de fato, o momento da evolução tecnológica no fim dos anos 80, quando a internet começava a dar seus primeiros passos.
Era necessário um formato leve, para os envios e carregamentos com as velocidades “ridículas” que a rede e os modens discados proporcionavam — em comparação com nossa atual velocidade de conexão.
Diversos aplicativos e sistemas operacionais aceitavam o formato, que em uma época sem “fotos digitais”, “vídeos digitais”, era possível criar animações (sem áudio) com qualidade gráfica aceitável para os parâmetros da época.
Mesmo se tornando uma tecnologia muito datada (ultrapassada), a revolução cultural que o GIF trouxe em sua época, ainda carrega diversos admiradores através de toda a web (sobretudo nas redes sociais).
Para o homem que acertou por acaso, nosso muito obrigado.
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Leandro Kovacs é jornalista e radialista. Trabalhou com edição audiovisual e foi gestor de programação em emissoras como TV Brasil e RPC, afiliada da Rede Globo no Paraná. Atuou como redator no Tecnoblog entre 2020 e 2022, escrevendo artigos explicativos sobre softwares, cibersegurança e jogos. Desde então, atua como editor no Grupo Gridmidia.