Segundo a Microsoft, a Rússia levou sua cyberwar para em governos, ONGS e empresas espalhadas pelo mundo que vem ajudando a Ucrânia após sua invasão no início deste ano. Os ataques foram identificados pelo MSTIC (Centro de Inteligência de Ameaças da Microsoft).
MSTIC diz que inteligência russa ataca aos governos e entidades mundo afora
O próprio presidente da Microsoft, Brad Smith, confirmou as informações dizendo que 128 alvos, em 42 países diferentes, haviam sido atacados. Os ataques teriam suas origens ligadas a várias inteligências russas, como GRU, SVR e FSB.
O MSTIC acredita que estes ataques fazem parte de um plano de espionagem russo voltado a países que dão algum suporte à Ucrânia. As análises indicam que os ataques buscavam informações sigilosas de agências em países-chave para a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), cujo objetivo era conter o avanço do antigo bloco socialista no continente europeu.
“Estes representam uma série de alvos estratégicos de espionagem que provavelmente estarão envolvidos no apoio direto ou indireto à defesa da Ucrânia, 49% dos quais são agências governamentais“, comentou Brad.
Mesmo assim, 12% dos ataques foram direcionados à ONGs, a maioria delas envolvidas em ações humanitárias relacionadas à guerra. Os outros alvos foram empresas de vários setores, incluindo de tecnologia e econômicos.
Reforçando ainda mais as suspeitas da MSTIC sobre o envolvimento russo nestes ataques, não só mais da metade dos alvos tinha algum tipo de envolvimento com a OTAN, como os Estados Unidos sozinho recebeu 12% deles, mais do que qualquer outro país.
Ainda segundo a Microsoft, quase 30% dos ataques cibernéticos russos desde que a guerra começou um quarto foi bem-sucedido, resultando na extração de arquivos.
Cyberwar da Rússia contra a Ucrânia
Estes números realmente são assustadores, mas nada comparado à Ucrânia (alvo do direto do conflito). Em apenas dois meses depois da invasão, a Microsoft havia confirmado que a Ucrânia havia sofrido centenas de ataques cibernéticos.
Os alvos destes ataques eram sistemas críticos da infraestrutura do país, mas não só do governo, instituições, empresas, centros médicos, torres de comunicação e serviços de internet estavam entre vários dos alvos. Alguns dos ataques eram coordenados com operações militares do governo, facilitando a invasão.
E a MSTIC não foi a única a identificar e alertar sobre os ataques russos. A TAG (Grupo de análise de ameaças do Google) também relatou um número de ataques contra organizações ligadas a Ucrânia e OTAN desde o início da invasão russa. O órgão afirma que grupos relacionados à Rússia e China eram os principais suspeitos.
“Os aspectos cibernéticos da guerra atual se estendem muito além da Ucrânia e refletem a natureza única do ciberespaço. Os caminhos globais da Internet significam que as atividades cibernéticas apagam grande parte da proteção de longa data fornecida por fronteiras, muros e oceanos“, concluiu Smith.
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