Não é fácil ser o Grande Irmão discretamente, e o Google está pagando o preço por querer ver mais do que ele realmente diz. Dessa vez, a gigante de pesquisas, recebeu uma multa dos EUA, o motivo? Você confere logo a seguir.
Não é a primeira vez que o Google tem esse problema
Procuradores-gerais de 40 estados dos EUA conseguiram um acordo de US$ 391,5 milhões após um processo de privacidade. A decisão veio depois que o país descobrir por meio de um artigo da Associated Press de 2018 que o Google mentiu para os usuários do Android. Assim, a empresa estaria rastreando a localização das pessoas mesmo com a ferramenta inativa.
Contudo, o verdadeiro problema é a enganação, já que os usuários acreditavam que apenas desativar o “histórico de localização” seria o suficiente para ter mais privacidade. Mas através do recurso “Atividade na Web e de aplicativos”, o Google conseguia coletar e armazenar dados de localização.
Outro ponto que o acordo buscou foi o de maior transparência do Google, introduzindo assim, controles de conta mais simples de usar. Eles também pediram a limitação do uso e armazenamento de alguns dados. Na segunda-feira (14), Dana Nessel o procurador-geral de Michigan, falou:
“O alcance online da empresa permite que ela atinja os consumidores sem o conhecimento ou permissão do mesmo. No entanto, os requisitos de transparência deste acordo garantirão que o Google não apenas informe aos usuários como seus dados de localização estão sendo usados, mas também como alterar as configurações de sua conta se desejarem desativar as configurações de conta relacionadas à localização, excluir os dados coletados e definir limites de retenção de dados.”
Outros casos semelhantes neste ano
Não é difícil encontrar uma falha da empresa neste quesito, afinal, este é o terceiro caso que ganhou grande relevância em 2022. Em agosto, ela teve que pagar uma multa de US$ 60 milhões para a Australian Competition and Consumer Commission (ACCC). O motivo foi o mesmo, captação de dados de usuários mesmo sem a permissão ou conhecimento dos mesmos.
Antes disso, em janeiro, a Comissão Nacional de Informática e Liberdade da França (CNIL) também moveu uma ação contra o Google de US$170 milhões. A decisão veio após a empresa “infringir a liberdade de consentimento dos usuários da Internet”, como destaca o Bleeping Computer. Neste caso, a empresa estava dificultando o processo de rejeição de cookies e estava rastreando de endereços acessados.
Por fim, fica claro que está cada vez mais difícil ter privacidade no mundo digital, mas será que existe solução? Bem, uma nova onda, a dos dApps, ou aplicativos descentralizados está a caminho, e uma de suas maiores “ofertas” é a privacidade e o controle dos próprios dados.
Com informações: Bleeping Computer
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