Continuando o que parece ser uma “caça às bruxas”, Elon Musk tomou mais uma decisão questionável no gerenciamento do Twitter, recém adquirido pelo empresário pelo valor de US$44 bilhões. Dessa vez, a plataforma demitiu milhares de contratados, mas o que mais chocou não foram nem as demissões, e sim a maneira como as pessoas foram desligadas da empresa.
Twitter demitiu milhares de contratados sem nem avisar
O caso foi noticiado primeiro por Casey Newton, escritor do Platformer, um site de notícias super conceituado cujo foco é discutir sobre redes sociais. No dia 12 de novembro, último sábado, o Casey publicou um tweet afirmando ter ouvido rumores de que “um grande número de contratados do Twitter foi demitido”.
O tweet então virou uma “Sequência”, onde o escritor foi atualizando os seus seguidores a medida que ia recebendo mais informações.
O primeiro choque foi do quão repentinas foram as demissões, já que diferente da primeira ação em massa da rede social, logo após Elon Musk assumir, essas não foram relatadas com antecedência, simplesmente aconteceram. A parte mais estranha é a quantidade de pessoas demitidas e como as demissões aconteceram.
Segundo o redator, as demissões desligaram cerca de 4.4 mil dos seus 5.5 mil contratados — pessoas que trabalham na empresa, mas sem vínculo empregatício, em sua grande maioria freelancers —. As áreas de funcionamento da empresa mais impactadas com as demissões teriam sido a moderação de conteúdo e nos principais serviços de infraestrutura da rede social.
Update: company sources tell me that yesterday Twitter eliminated ~4,400 of its ~5,500 contract employees, with cuts expected to have significant impact to content moderation and the core infrastructure services that keep the site up and running.
People inside are stunned.
— Casey Newton (@CaseyNewton) November 13, 2022
“Atualização: fontes da empresa me disseram que ontem o Twitter eliminou ~4.400 de seus ~5.500 funcionários contratados, com cortes esperados para ter um impacto significativo na moderação de conteúdo e nos principais serviços de infraestrutura que mantêm o site em funcionamento.
As pessoas lá dentro ficam atordoadas.”
Os contratados nem foram avisados
O número é bem grande, mas a pior parte foi o desrespeito que a empresa de Elon Musk demonstrou durante as demissões.
Em um dos relatos na sequência de Casey, ele afirmou que os demitidos nem haviam sido informados que não trabalhavam mais no Twitter e tiveram uma surpresa enorme ao tentar acessar os e-mails corporativos e os canais do Slack.
Nem os gerentes foram notificados, com um deles indo reclamar diretamente no Slack, pedindo explicações e mostrando que a decisão poderia afetar uma atualização importante na qual estavam trabalhando.
One manager just posted in Slack:"one of my contractors just got deactivated without notice in the middle of making critical changes to our child safety workflows"
Working to learn more, email me for my Signal.
— Casey Newton (@CaseyNewton) November 13, 2022
“Um gerente acabou de postar no Slack:’um dos meus contratados acabou de ser desativado sem aviso prévio no meio de alterações críticas em nossos fluxos de trabalho de segurança infantil’”
Pedindo mais informações sobre o caso, Casey acabou entrando em contato com ex-contratados da empresa, com um deles dizendo que só ficou sabendo que havia perdido o emprego através dos comentários no próprio Twitter.
O Insider publicou ontem, dia 13 de novembro, domingo, uma carta que eles conseguiram com um dos contratados que foi demitido.
“Como você deve saber, o Twitter realizou um exercício de repriorização e economia em um esforço para se concentrar melhor durante esse período de restrições de recursos.
Permita que esta comunicação sirva como um aviso em nome de seu empregador no registro de que sua atribuição no Twitter foi encerrada como parte do exercício de redefinição de prioridades e economia.
Para manter as informações confidenciais do Twitter e por motivos de segurança, seu sistema e acesso ao crachá serão desligados imediatamente.”
Na carta, que segundo o Insider, os contratados só receberam um dia após perderem o acesso aos sistemas da plataforma, eles ainda são lembrados de que assinaram um contrato de não divulgação (NDA). Eles também são informados de que seu último dia de trabalho seria no dia 14 de novembro, segunda-feira, quando receberiam por todos os dias de trabalho até o período.
Recentemente, executivos da empresa responsáveis pela segurança na rede social se demitiram e essa nova leva de demissões parece ter afetado principalmente a seção de moderação da plataforma. Com as coisas indo neste caminho, críticos e usuários se perguntam por quanto tempo o Twitter continuará sendo uma rede social segura.
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