Um determinado tipo de espécie que temos aqui em nosso planeta Terra pode sobreviver a coisas muito fortes, incluindo, aparentemente, a radiação severa que existe em Marte. Essa descoberta pode ajudar no desenvolvimento de pesquisas no planeta vermelho.
Terra e Marte podem ter peça-chave em espécie
Marte parece um deserto e inóspito para que a vida terrestre seja possível por lá. A atmosfera do planeta vermelho é tão fina que sugaria a água dos organismos que habitam aqui na Terra se fossem transportados.
Fora que o planeta inteiro está coberto de elementos tóxicos como o hidrocarboneto clorado e a falta de um campo magnético faz com que qualquer coisa que esteja viva por lá seja bombardeada de radiação. Definitivamente: viver em Marte é (quase) impossível.
Entretanto, há um serzinho terrestre que, aparentemente, suporta um alto nível de radiação. É uma espécie chamada Deinococcus radiodurans ou “Conan the Bacterium” (Conan, a Bactéria). Foi descoberta em 1956 em experimentos para carne enlatada e se mostrou muito resistente aos raios gama.
A revista científica Astrobiology publicou um novo estudo indicando que, embora não sobreviva mais do que algumas horas na superfície de Marte, a espécie pode sobreviver bilhões de anos se estiver enterrada com segurança apenas dez metros abaixo da superfície.
E o que há de tão novo e importante nisso?
Um dos autores do estudo, o pesquisador Mike Daly da Uniformed Services University, em uma entrevista à revista Inverse, afirmou que a Deinococcus radiodurans pode sobreviver a um alto nível de radiação:
“Decidimos que faríamos o máximo, passaríamos dias e dias em nosso centro de irradiação e determinaríamos de uma vez por todas o limite absoluto dessas bactérias quando secas e congeladas, o que fizemos”
Os pesquisadores foram até o limite MESMO, indo a 140 mil Grays (unidade de medida de radiação), o que conseguiria matar um humano 28 mil vezes.
Um dos principais motivos para isso ser possível pela Deinococcus radiodurans é por conta do elemento manganês que os astrobiólogos consideram como uma assinatura de Marte, sendo o elemento, também, um radioprotetor.
Outra característica é a configuração do genoma, que Daly explica ter: “múltiplas cópias, cópias idênticas e estão ligadas entre si”, sendo possíveis reparos rápidos.
Além disso, o estudo mostra que a bactéria é resistente a climas extremos, trazendo novas possibilidades de pesquisas.
Mesmo assim, as pesquisas apontam que, ainda, a chance de vida em Marte é quase zero, mas não é impossível.
Espera-se que a NASA voltando à Lua e depois partindo para a Marte, traga novas respostas para a Terra.
O que você achou? Siga @bitmagazineoficial no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui