O cerco está fechando no Reino Unido para as big techs. Executivos do Facebook e Google podem enfrentar pena de prisão caso não cumpram determinações impostas pelas autoridades da Ofcom. Entenda o caso no texto abaixo.
Novo projeto de segurança online britânico pressiona executivos do Facebook e Google
Criado no Reino Unido, o Office of comunications (Ofcom) é um órgão que pretende mitigar ações nocivas no ambiente online e segundo o NY Post, “poderia conduzir investigações abrangentes sobre empresas para ajudar a fazer cumprir a lei.”
O objetivo principal do órgão é classificar ações potencialmente perigosas na web, como fraudes, assédios e exposição de menores à pornografia.
Os braços da Ofcom vão além dos conteúdos. Segundo o jornal americano, “a Ofcom também poderá auditar algoritmos usados por sites como Instagram e YouTube para recomendar conteúdo aos usuários como parte de um esforço para ‘avaliar como eles estão protegendo os usuários de danos.”
Mentir pode gerar multas e prisões
Conforme a secretária digital do Reino Unido, Nadine Dorries, em declaração noticiada pelo NY Post, atrapalhar de qualquer forma as ações e investigações da Ofcom pode resultar em inúmeros problemas para as empresas e seus executivos:
“Se as empresas de tecnologia fornecerem à Ofcom informações falsas, não comparecerem a entrevistas com o regulador, destruir evidências ou impedir que investigadores entrem em seus escritórios, os principais executivos dessas empresas podem enfrentar acusações criminais e prisão de até dois anos.”
Ainda segundo a secretária, o grande problema é o fato das empresas nunca terem sido responsabilizadas por erros ou o mau uso de seus algoritmos. Essa situação deve ser combatida para não “arriscarmos sacrificar o bem-estar e a inocência de inúmeras gerações de crianças ao poder de algoritmos não controlados.”
Defensores da liberdade de expressão dizem ser exagero
O excesso de controle não é bem-visto por defensores da liberdade de expressão. Para eles, seria algo como gerar controle, identificação e censura prévia, sendo até possível uma conexão com governos não democráticos.
O Open Rights Group, um grupo de defesa dos direitos digitais e liberdades civis sediado em Londres, não concorda com o projeto. Segundo o seu diretor-executivo, Jim Killock, a medida a longo prazo poderá ser catastrófica:
“A longo prazo, será combustível para os Putins e outros autoritários, que se deleitam com a perspectiva de identificar todos e decidir por si mesmo o que é certo e errado, e ficarão muito satisfeitos que o governo britânico esteja tomando essencialmente a mesma abordagem.”
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