Nas horas seguintes após a Rússia invadir a Ucrânia na última quinta-feira (24), as plataformas de mídia social, Facebook e Twitter, sugeriram a usuários no país que correm maior risco de suas contas serem manipuladas, façam o bloqueio das contas.
Essa é uma prática que a Rússia usa para espalhar desinformação há anos. No geral, as plataformas incentivaram os usuários a estarem atentos à forma como operam na internet, pois correm maior risco devido ao conflito.
Ao encorajar as pessoas na Ucrânia a proteger suas contas, o Twitter não mencionou a Rússia pelo nome, mas postou um tópico sobre como evitar manipulação e listar vários métodos de como fazê-lo. A plataforma ofereceu dicas e guias sobre “como controlar sua conta e informações digitais“, primeiro dizendo aos usuários para simplesmente desativar suas contas se se sentissem inseguros.
Em seguida, explicou o que fazer se uma conta tivesse sido invadida, como saber se tinha sido, e sugeriu não twittar locais. Ele explicou como desativar completamente o rastreamento de localização em um smartphone. Ele postou as dicas em inglês, ucraniano e russo.
Algumas horas depois, David Agranovich, diretor de inteligência de ameaças da Meta, disse no Twitter que o Facebook adicionou recursos adicionais para usuários na Ucrânia protegerem suas contas.
Escrevendo inteiramente em ucraniano, ele anunciou que qualquer usuário na região agora tem uma ferramenta de um clique para bloquear efetivamente seus perfis e adicionar segurança a eles – algo que a empresa já havia implementado em países selecionados em “situações perigosas“, como o Afeganistão.
Agranovich também vinculou vários guias externos que oferecem etapas para quem mora ou trabalha na Ucrânia para proteger seus arquivos e dispositivos digitais.
Facebook e Twitter aumentam desinformação na guerra da Ucrânia
Essas empresas também enfrentam o desafio do aumento da desinformação nas plataformas. A quantidade de informações falsas no Twitter e no Facebook aumentou consideravelmente na última semana de acordo com a Cyabra, uma plataforma que monitora a desinformação.
Desde 14 de fevereiro, o conteúdo referente à Ucrânia de forma negativa no Twitter aumentou 11.000%. A empresa também descobriu que 56% de todo o conteúdo sobre a Ucrânia no Facebook e Twitter nas últimas duas semanas foi criado por “perfis não autênticos“, como bots ou contas de marionetes.
Na Rússia, há muito uso das mídias sociais para manipular eventos políticos – muitas vezes, embora nem sempre, criando e amplificando informações intencionalmente falsas ou enganosas.
O país usou um sofisticado esquema de desinformação de mídia social envolvendo centenas de milhares de contas falsas na tentativa de influenciar o resultado das eleições de 2016 nos EUA. Eles também usaram métodos semelhantes em 2011 para ocultar postagens questionando ou protestando contra os resultados de suas próprias eleições parlamentares. Por isso, todo cuidado das redes com a situação.
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