Em um experimento que usa fusão nuclear, cientistas estavam tentando conseguir o mesmo feito do processo que dá o brilho de estrelas como o nosso Sol, usando hidrogênio e hélio. Pela primeira vez na história, o experimento produziu uma energia excedente, confira.
Um tiro no escuro que pode durar nanosegundos
A história foi feita na semana passada pelo Laboratório Nacional Lawrence Livermore do Departamento de Energia ( LLNL, sigla em inglês). No dia 5 de dezembro, os cientistas conseguiram fazer um experimento com hélio e hidrogênio e produzir uma quantidade de energia que não havia sido reproduzida antes.
Segundo a coletiva de imprensa realizada pelo LLNL, após colocarem 2 megajoules (MJ) no reator, ele “cuspiu” 3,4 megajoules (MJ). São mais de 60 anos tentando algo como o que ocorreu.
Jill Hruby , subsecretária do Departamento de Energia para Energia Nuclear, disse na coletiva:
“Demos os primeiros passos experimentais em direção a uma fonte de energia limpa que pode revolucionar o mundo.”
Para conseguir realizar o experimento, o laboratório possui um laser gigante que toma o espaço de um prédio do tamanho de três campos de futebol. Esse laser faz um pulso, dividido em 192 feixes e atinge um cilindro de ouro.
O ouro contém partículas de isótopos (mesmo número atômico) de hidrogênio, deutério e trítio. Essa explosão pode alcançar mais de 3 milhões de graus Celsius, fazendo com que o hidrogênio se funda com o hélio gerando uma explosão, porém, que pode durar apenas nanosegundos.
Fusão nuclear: experimento pode gerar possibilidades de energia limpa
A partir daí, vem o ponto revolucionário: caso o experimento dê certo, “a explosão do laser desencadeia uma reação de fusão autossustentável – a energia da fusão gera mais fusões ao aquecer os átomos de hidrogênio ao redor.”
Então, no dia 5 de dezembro a equipe obteve sucesso, pois a energia gerada teve 54% a mais do que a aplicada. Este feito supera a meta de aumento de 1,3 MJ.
Mesmo que o experimento seja a algo a ser muito comemorado pela comunidade científica, ainda não se pode colocar um prazo para que usinas nucleares comecem a usar fusões desse estilo para a produção de energia limpa. Até porque, lasers dessa magnitude não foram criados para isso.
Mark Herrmann , vice-diretor de física de armas fundamentais do LLNL, afirma:
“O laser não foi projetado para ser eficiente. O laser foi projetado para nos fornecer o máximo para tornar essas condições incríveis e possíveis basicamente em laboratório.”
Então, a produção de energia limpa por meio da fusão nuclear ainda vai demorar mais alguns anos.
Com informação: Inverse.
O que você achou? Siga @bitmagazineoficial no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui