Alguns empresários demonstraram um comportamento curioso nos Estados Unidos da América (EUA). Eles se posicionaram a favor de plataformas como o Google e o Facebook em meio a debates e brigas políticas em torno de uma legislação recém-criada.
Trata-se da American Innovation and Choice Online Act, que proíbe plataformas como o Google e Facebook a recorrerem a métodos que possam dar vantagens aos próprios produtos nos resultados de pesquisas.
Tal legislação está presente nos estados da Virgínia, Arkansas, New York e outros.
Empresários são contra nova legislação
Samuel Pacheco é um dos empresários que não está de acordo com as novas regras. Ele administra a Al Riders, um serviço pessoal que atua no reparo de veículos elétricos no Bronx, uma região de New York. Foi então que decidiu atacar ativamente a legislação em cartas publicadas em vários jornais diferentes.
“Aprovar o American Choice and Innovation Online Act no Congresso vai contra tudo o que venho trabalhando duro para construir”, escreveu Pacheco nas duas cartas, acrescentando que recebe inúmeros clientes do Google.
Pacheco disse que já havia se deparado com modelos de cartas parecidos com o que ele redigiu mediante a influência de um artigo.
Além das cartas de Pacheco, as demais escritas por outros empresários se concentram, sobretudo, em Delaware. A localidade é famosa por receber o presidente norte-americano, Joe Biden, aos finais de semana.
Estrutura das cartas escritas pelos empresários
Uma análise mostrou que as cartas escritas pelos empresários seguem um modelo básico. Consistem em um pequeno empresário negativamente impactado pela pandemia e que se preocupa com a iminência da legislação antitruste que pretende interromper o acesso a ferramentas disponibilizadas digitalmente e que acreditam ser essenciais para o futuro da empresa.
No parecer de Jami Jackson, por exemplo, proprietário do gingham + grace, ele disse que a legislação pretende interromper o acesso a essas ferramentas em um momento crítico no qual o país ainda esta se restabelecendo economicamente dos impactos da pandemia da Covid-19, estando todos sujeitos a um novo surto do novo coronavírus a qualquer momento, tendo em vista as novas variantes que continuam surgindo.
Jornais como o The Post, um dos vários que publicaram as cartas dos empresários, já são conhecidos como um exemplo clássico de empresas que tentam travar guerras astroturf.
Astroturfing é a prática de mascarar os patrocinadores de uma mensagem ou organização com o intuito de fazer parecer que ela tenha se originado de ou fosse apoiada por membros de movimentos populares espontâneos.
De acordo com ex-chefe de gabinete do congressista Ken Buck, esta é uma tática que as empresas de tecnologia usam repetidamente, embora essas cartas não tenham o poder de causar um impacto real nos debates políticos.
Em março surgiram relatos de que a Meta, empresa proprietária do Facebook, contratou uma empresa de lobby para manchar a reputação do aplicativo TikTok, gerenciado por uma empresa chinesa.
Na prática, o grupo auxiliou na publicação de artigos de opinião e cartas ao editor em jornais locais dos EUA, como o Denver Post e o Des Moines Register, provocando sérias preocupações a respeito da China tentar colher dados comportamentais sobre as crianças.
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