A guerra entre Rússia e Ucrânia ganhou um novo e preocupante capítulo nos últimos dias. A Rússia está impedindo que os cientistas consigam medir os níveis de radiação na usina e em toda zona de exclusão ao redor do local de Chernobyl. Isso pode ser um grande problema caso aconteça um vazamento radioativo.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse, em comunicado na terça -feira (8), que não estava mais em contato com a transmissão remota de dados dos sistemas de monitoramento de aparelhos instalados na usina desativada. No entanto, a AIEA disse nesta quarta-feira (9) que “não vê impacto crítico na segurança” da queda de energia relatada.
O Serviço Estatal de Comunicações Especiais da Ucrânia declarou que a estação de Chernobyl e todas as instalações nucleares na zona de exclusão estão sem eletricidade depois que uma linha de energia foi danificada pela Rússia. Segundo os responsáveis pelo monitoramento, eles inesperadamente perderam o contato remoto com os sistemas de proteção da usina nuclear de Chernobyl.
Essa perda de contato com Chernobyl foi inesperada, disse Mykhailo Podoliyak, conselheiro do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, em um tuíte. “No momento ninguém entende o que está acontecendo em Chornobyl e o que está ameaçando a região. Uma situação extremamente perigosa“, disse ele.
Chances de uma nova tragédia igual Chernobyl?
A mensagem veio alguns dias depois que as forças russas tomaram Chernobyl à força nos primeiros dias da invasão da Ucrânia. O local está cercado por uma zona de exclusão desde o colapso de 1986, que foi o pior desastre nuclear do mundo.
Embora alguns tenham expressado preocupação com o fato de o local se tornar parte de uma guerra, especialistas disseram que a chance de um acidente nuclear global na escala do desastre de Chernobyl em 1986 é baixa.
A AIEA e a Inspetoria Estatal de Regulação Nuclear da Ucrânia (SNRIU) criticaram a Rússia por atacar instalações nucleares.
Além de tomar Chernobyl, na sexta-feira, a Rússia também apreendeu a maior usina nuclear em funcionamento da Ucrânia, um complexo de seis reatores em Zaporizhzhia. Como vimos, existem outras três usinas nucleares no território ucraniano.
A equipe ucraniana que operam os locais de Chernobyl e Zaporizhzhia não conseguiram rotacionar desde que as tropas assumiram o controle, provocando preocupação da AIEA sobre sua capacidade de manter os locais seguros.
“Estou profundamente preocupado com a situação difícil e estressante que os funcionários da usina nuclear de Chornobyl enfrentam e os riscos potenciais que isso acarreta para a segurança nuclear“, disse o diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, na terça-feira.
Embora tenha usinas nucleares, a Ucrânia não tem programa de armas nucleares e desistiu do fornecimento de armas nucleares soviéticas pouco depois de se tornar independente na década de 1990. Entretanto, essa é uma das justificativas da Rússia para a invasão: a prevenção de que armas sejam colocadas “à sua porta”.
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