Google Maps desativa função que permitia acompanhar invasão na Ucrânia

Google Maps desativou função na Ucrânia para impedir os usuários de acompanhar a invasão russa em tempo real.

O Google Maps permite o monitoramento de trânsito em áreas movimentadas e esta é uma das funções mais bem recebidas pelos motoristas que utilizam o aplicativo. Entretanto, um uso curioso da função chocou a empresa durante a Guerra na Ucrânia: a função estava sendo usada para acompanhar a invasão russa ao vivo.

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Diante do risco para a população local, a empresa decidiu desativar seus radares, interrompendo os serviços de vigilância na Ucrânia. A função de trânsito em tempo real e a opção de ver as movimentações de pessoas em lojas e restaurantes também foram removidas, segundo a empresa, “para garantir a segurança de comunidades“.

Google Maps Ucrânia

Google Maps Ucrânia (Imagem: Reprodução / Google Maps)

Agora, ao acessar o Google Maps e buscar pela Ucrânia, os únicos indicadores visíveis são os de interdição nas estradas que levam à fronteira de Kiev. Até os sinais de perigos, mostrados pelo aplicativo para “tornar as informações de emergência mais acessíveis durante uma crise natural ou causada pelo homem“, foram retirados.

Segundo a empresa, os motoristas ainda podem acessar informações de trânsito ao vivo.

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Google Maps permitiu prever o conflito

Antes mesmo dos conflitos começarem, Jeffrey Lewis, professor estadunidense no Instituto de Estudos Internacionais de Middlebury, Califórnia, postou em seu Twitter avisando sobre movimentações suspeitas no Google Maps. O post foi feito no dia 23 de fevereiro.

“Segundo o @googlemaps, há um “engarrafamento” às 3h15 da manhã na estrada de Belgorod, na Rússia, em direção à fronteira ucraniana. Começa exatamente onde vimos uma formação russa de blindados e IFV/APCs aparecerem ontem. Alguém está em movimento (…) Para esclarecer um equívoco: os dados de tráfego provavelmente NÃO são de soldados carregando smartphones. Em vez disso, os civis provavelmente estão ficando presos em bloqueios de estradas, e o @googlemaps está gravando isso”.

Logo em seguida, o professor continuou a monitorar as movimentações suspeitas fazendo atualizações, mas ele deixou claro que provavelmente era uma movimentação de civis. Ele ainda alertou que as empresas big data não sabem “quão úteis seus dados podem ser”.

Isso mostra as possibilidades assombrosas que as funções desativadas davam para quem as utilizasse. Teoricamente, antes do dia 27, os soldados russos poderiam mapear as localizações das maiores concentrações de pessoas por toda a Ucrânia.

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Hugo Cruz
Escrito por

Hugo Cruz

Redator Profissional, Comunicador Social e especialista em Produção de Conteúdo Web. Formado em Letras - Inglês e Administração. CEO da Agência Digital Comunicalize.