Será que as instituições com mais ferramentas tecnológicas e ensino híbrido serão valorizadas em detrimento das já conhecidas escolas e universidades com excelência docente e na elaboração de pesquisas? A dúvida é válida e o Bit Magazine foi procurar as respostas junto a especialistas.
Instituições tecnológicas e educação híbrida terão diploma valioso?
À primeira vista, é preciso identificar quem estará avaliando: rankings externos, professores ou alunos. Essa é uma questão complexa, mesmo antes da expansão do ensino híbrido. Então, vamos olhar de forma cautelosa.
Nas universidades nacionais e estrangeiras, existem muitos rankings externos para classificar que uma instituição é melhor que a outra segundo sua posição na lista. É uma avaliação objetiva, mas as escolhas de quais fundamentos serão analisados é subjetiva (isso para não dizer ultrapassada).
O vice-reitor da PUCPR, Vidal Martins, é uma das pessoas mais qualificadas para tentar responder à pergunta, visto que está inserido dentro dessas “listas”.
Para o vice reitor, os rankings dependem de critérios bem definidos. Mas, o grande problema é qual o viés para a avaliação e “a aprendizagem não está em foco”. O educador inclusive é um defensor de formas novas de avaliação de alunos, em contraste com os “exames” escritos como método.
Segundo ele, a forma atual de creditação é por meio do corpo docente, principalmente, e a quantidade de pesquisas publicadas por estes. Se observarmos por esse lado, quem está sendo avaliado é o professor e seus méritos, não a capacidade de transmitir conhecimento nem o volume de conteúdo aprendido pelo aluno.
A mudança cultural de avaliação irá definir as melhores instituições
Vidal martins revelou que a PUCPR é uma das mais engajadas na utilização de tecnologia voltada para o aprendizado dos alunos, “desde o fim de 1990 a universidade já trabalha com os meios tecnológicos, as ferramentas já estão aí”.
Para o reitor, o foco de avaliação deveria ser a partir dos alunos, estes sim, definindo quais universidades são melhores que outras: “O foco deve estar na aprendizagem do aluno (resultados e avaliações amplas), e não no ensino em si”.
Para a mudança da cultura, Vidal acredita em um desenvolvimento específico com base em treinamentos dos professores, para que esses deixem de ser o foco da universidade e abram espaço aos alunos. O metaverso é uma realidade e isso precisa ser considerado.
O fellow de inovação da universidade de Harvard, Gustavo Hoffmann, define que o conteúdo (técnico/escrito) deve estar disponível 24h por dia para o aluno e a sala deve ser vista como um laboratório de aplicações práticas do conhecimento, feito em conjunto com os alunos e seus professores.
Basicamente, para que as instituições tecnológicas voltadas para de ensino alteram o valor do diploma será necessária uma mudança total nos critérios de avaliação. Enquanto não ocorrer, estaremos fadados a avaliar os méritos do professor em sua carreira, em oposição ao que o aluno aprendeu durante o curso.
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