A Intel está investindo na tecnologia blockchain com um novo chip projetado para minerar criptomoedas. A fabricante disse na última semana que começará a vender o chip personalizado para minerar Bitcoin e outras criptomoedas ainda este ano. Block (anteriormente Square) e duas empresas de mineração, Argo Blockchain e Grid Infrastructure, estão entre seus primeiros clientes.
A mineração é um processo computacionalmente intensivo para criptomoedas, que registra transações em um banco de dados compartilhado globalmente conhecido como blockchain. Uma nova moeda é concedida ao primeiro minerador que resolve uma tarefa de computação difícil.
“Esperamos que nossas inovações de circuito forneçam um acelerador de blockchain que tenha mais de 1.000 vezes melhor desempenho por watt do que as GPUs convencionais para mineração baseada em SHA-256”, explica Raja Koduri, vice-presidente sênior da Intel, no anúncio, referindo-se ao hashing SHA-256. Algoritmo usado para gerar Bitcoin e várias outras criptomoedas.
Na postagem do blog, Koduri ainda afirmou ainda que a empresa “engajará e promoverá um ecossistema blockchain aberto e seguro e ajudará a avançar essa tecnologia de maneira responsável e sustentável”.
Ele acrescentou que eles estavam cientes de que algumas blockchains exigiam uma quantidade significativa de poder computacional, o que, infelizmente, equivalia a uma quantidade significativa de energia.
“Nossos clientes estão pedindo soluções escaláveis e sustentáveis, e é por isso que estamos concentrando nossos esforços em realizar todo o potencial do blockchain desenvolvendo as tecnologias de computação mais eficientes em escala”, afirmou o post do blog.
A Intel diz que mais informações sobre o chip estarão disponíveis na Conferência Internacional de Circuitos de Estado Sólido, que começa em 20 de fevereiro.
O impacto ambiental da mineração de criptomoedas se tornou uma grande preocupação, e o novo chip da Intel pode ser uma tentativa de resolver isso. As plataformas de mineração que consomem muita energia geralmente obtêm sua energia de usinas de carvão e gás natural que podem prejudicar o meio ambiente e também podem contribuir para altos custos de eletricidade e apagões.
Os legisladores dos EUA até levantaram a questão no Congresso, debatendo como lidar com o crescente consumo de energia associado à mineração de criptomoedas e até pedindo às empresas de Bitcoin que divulguem quanta energia consomem. Por isso, a Intel e suas parceiras estão buscando soluções para manter a mineração ativa e ao mesmo tempo com um consumo de energia menor.
Assim, os chips são criados em um “pequeno pedaço de silício” para minimizar o impacto que teriam no fornecimento dos produtos atuais. A Intel também anunciou a formação de um grupo de computação personalizado dentro de sua unidade de negócios Accelerated Computing Systems and Graphics para desenvolver as plataformas de silício para blockchain e outros aplicativos de computação.
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