Invasão virtual: Quest Pro poderá ter anúncios personalizados no metaverso

O novo Quest Pro pode ser usado para mandar anúncios personalizados para os usuários no metaverso. A privacidade está comprometida? Entenda!

Na última terça-feira, dia 11 de outubro, a Meta anunciou o Quest Pro, seu novo headset de realidade virtual (VR) carregado de tecnologias poderosas. Um desses recursos que mais chamou a atenção foi o rastreamento ocular, que segundo a empresa poderá ser usado para tornar os avatares mais reais. Mas aparentemente a tecnologia também vai permitir que a empresa coloque anúncios personalizados no metaverso.

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Quest Pro pode ser usado para introduzir anúncios personalizados no metaverso

Quest Pro pode ser usado para introduzir anúncios personalizados no metaverso – Imagem: Nicolas Arnold on Unsplash

Conheça o Quest Pro

O headset VR vem como a próxima aposta da empresa para o metaverso. Recheado de recursos que o colocam na categoria premium, chegando perto dos entusiastas, o Quest Pro custa cerca de US$ 1,5 mil, quase R$ 8 mil.

Só para comparação, o Quest 2 pode ser encontrado na loja oficial da Meta por apenas US$ 400, na sua versão de 128 GB, menos de um terço do valor do Quest Pro.

Mas segundo Mark Zuckerberg, o CEO e dono da empresa, as tecnologias superiores do Quest Pro, como rastreamento facial e ocular, devem fazer com que o mundo virtual, principalmente o metaverso, fique muito mais realista. Até parece que um pouco demais, com elas servindo inclusive para introduzir anúncios dentro do mundo virtual. Confira os detalhes abaixo!

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Dados biométricos podem ser usado para introduzir anúncios personalizados no metaverso

A informação veio do The Financial Times, que disse ter analisado centenas de patentes envolvendo as últimas tecnologias da empresa, várias delas usadas no dispositivo. 

Segundo o site, os dados biométricos dos usuários, coletados pelo headset, também poderão ser usados para outra finalidade. Além de “potencializar o que o usuário vê e garantir que seus avatares digitais sejam animados de forma realista”, como a empresa afirma, eles podem acabar auxiliando a Meta na introdução de “publicidade hiper-segmentada e conteúdo patrocinado”.

O site cita até uma fala de Nick Clegg, o chefe de assuntos globais da empresa, durante uma entrevista ao The Financial Times. Na ocasião, o executivo comentou que o metaverso vai ter uma modelo de negócio completamente baseado na comercialização de itens e ativos, no qual os anúncios serão uma parte fundamental.

E é nesse aspecto que a tecnologia de rastreamento ocular se torna uma arma poderosa. Com ela é possível determinar, por exemplo, a disposição que uma pessoa tem em relação a um anúncio na tela.

Claramente, você poderia fazer algo semelhante [aos sistemas de segmentação de anúncios existentes] no metaverso — onde você não vai vender os dados de rastreamento ocular para anunciantes, mas sim usá-los para entender se as pessoas se envolvem com um anúncio ou não”, disse Clegg.

Além de analisar o comportamento do usuário, o sistema de rastreamento pode ajudar a colocar os anúncios nos melhores lugares da tela, nas áreas onde o jogador mais presta atenção durante os jogos, por exemplo.

Como essas novas formas de coleta de dados nos afetam?

É importante mencionar que a Meta ainda não comentou oficialmente sobre o assunto, nem especificou claramente sobre como, e se, esses novos anúncios vão funcionar.

Mas é certo afirmar que Quest Pro é o primeiro de uma série de dispositivos que vão revolucionar a maneira como as empresas conseguem dados dos usuários.

Especialistas afirmam que com esses novos dados à disposição, as empresas conseguirão literalmente ler as emoções dos usuários, abrindo uma série de oportunidades para desenvolver novas estratégias relacionadas a anúncios.

A Meta já vem com planos seguindo essa linha de pensamento há décadas. Em 2012 os cientistas da empresa, na época Facebook, foram pegos fazendo uma pesquisa em massa, com cerca de 700 mil usuários da plataforma, que tiveram seus feeds alterados como um teste para manipulação de emoções, e esse é apenas um dos casos mais antigos.

No caso do novo headset VR, mesmo que as pessoas fiquem preocupadas com sua privacidade, o recurso é um dos pontos-chave do modelo, então é provável que elas nem tenham outra escolha a não ser deixar o recurso ativado e ter seus dados coletados pela empresa.

Ainda não existem anúncios no metaverso da Meta, mas conhecendo bem Zuckerberg, e relembrando as últimas mudanças que ele fez nas suas redes sociais, não é difícil imaginar o que pode vir por aí

E você, o que acha de ter anúncios nos seus jogos favoritos, mesmo pagando uma fortuna nos acessórios para jogar ele? 

Fonte: The Financial Times

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Hugo Cruz
Escrito por

Hugo Cruz

Redator Profissional, Comunicador Social e especialista em Produção de Conteúdo Web. Formado em Letras - Inglês e Administração. CEO da Agência Digital Comunicalize.