Em nova investida contra o governo da China, os Estados Unidos restringem a exportação de chips com Inteligência Artificial.
Restrição de chips com IA
O governo dos Estados Unidos impôs novas restrições à exportação de chips de computadores de última geração usados para realizar pesquisas de Inteligência Artificial. Os americanos alegam possíveis aplicações militares para a tecnologia.
Dois fabricantes líderes do setor, Nvidia e AMD, foram impedidos de vender chips para a China e Rússia, com as restrições fazendo parte da estratégia em andamento dos EUA de limitar as exportações de tecnologia para conter a ascensão de potências rivais.
Tanto a Nvidia quanto a AMD divulgaram as restrições, e a primeira relatou que um documento regulatório de proibição pode afetar suas GPUs A100 e H100.
Em comunicado à Nvidia, o governo disse que deseja “lidar com o risco de que os produtos cobertos possam ser usados ou desviados para um ‘uso final militar’, ou ‘usuário final militar’ na China e na Rússia”.
Informação foi confirmada pela Reuters, que também afirmou que o chip acelerador da AMD, o MI250, também foi afetado pelas novas restrições.
A Nvidia é uma das maiores empresas do mundo em produção de tecnologia com Inteligência Artificial e observa que a proibição afetará as vendas estimadas de US$ 400 milhões projetadas na China no terceiro trimestre do ano (ela também relata que atualmente não vende produtos para a Rússia).
A empresa diz que pode buscar uma licença do governo para vender esses chips a certos clientes, mas que “não tem garantia de que os EUA irão conceder isenções”.
Entretanto, a decisão impactou diretamente nas ações da Nvidia, que caíram 6% na última quarta-feira (31) por conta da decisão.
Sem caracterização e detalhes
Ainda não se sabe detalhes e sobre quais critérios estão usando para segmentar os chips, mas o A100, H100 e MI250 ocupam o topo do mercado de chips de IA.
O receio dos EUA é que essa tecnologia de ponta seja usada para treinar aplicativos e máquinas, desde geração de texto até reconhecimento facial.
E, claro, os grandes conglomerados de tecnologia dos EUA os usam para supercomputadores governamentais e privados.
Ou seja, não está fora de questão que esta mesma tecnologia seja usada por outros governos para pesquisas militares – este é o grande receio.
Alguns especialistas afirmam que essa retórica é prejudicial e anti-diplomática, seja feita por qualquer país, pois prejudica o desenvolvimento seguro da tecnologia.
Em resposta ao bloqueio, o Ministério do Comércio da China disse ao The New York Times:
“As restrições impediriam as trocas científicas e tecnológicas internacionais e a cooperação econômica, e teriam impacto na estabilidade das cadeias industriais e de suprimentos globais e na recuperação da economia mundial”.
O Ministério das Relações Exteriores da China também acrescentou que esta decisão é típica dos EUA em querer uma hegemonia científica e tecnológica.
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