A solução para alimentar milhões pode estar debaixo d’água. E não estamos falando de peixes. Plantações subaquáticas podem alimentar milhões de pessoas e preservar a água doce do planeta, caso o projeto seja reproduzido em escala suficiente.
Jardim futurista que pode servir como fonte de alimento para uma população crescente
O projeto futurista teve início com a iniciativa de um empresário de equipamentos de mergulho italiano, Sergio Gamberini. Com o nome de Nemo’s Garden, o projeto foi fundado em 2012 e está localizado a mais de 15 pés (4,57 m) abaixo da superfície do Mar Mediterrâneo na costa italiana.
Definido como “provocação e declaração rebelde” pelo próprio site oficial, o projeto ganhou corpo e evoluiu para uma das iniciativas de tecnologia verde e sustentabilidade que poderia definir o futuro da alimentação humana e preservação da água doce.
Em seu jardim submerso, as plantas, tanto comestíveis quanto estéticas, crescem fantasticamente no ambiente excessivamente controlado. As últimas colheitas do Jardim de Nemo mostram um teor de nutrientes maior do que as cultivadas pelos métodos tradicionais em terra.
A estrutura das plantações subaquáticas
O complexo organizado abriga seis biomas feitos de acrílico com cerca de 2.000 litros de ar e por volta de 90 plantas, além de ferramentas avançadas de monitoramento para a manutenção do sistema de forma saudável e produtiva.
Segundo o site oficial, a umidade dentro de cada “estufa” cria-se água a partir da condensação, enriquecida com minerais e fornecidas as plantas em um ciclo sustentável. Apesar das estruturas “estranhas” no ambiente marinho, estas ajudaram os ecossistemas a prosperar e evoluir.
Polvos e pequenos peixes buscam abrigo sob as estufas, enquanto outras espécies em extinção se misturaram nas cadeias do sistema, sem o menor incômodo.
A produção não é suficiente para ser comercializada – mas a iniciativa, se ampliada, com escala suficiente, poderia suprir de alimento pequenas cidades e vilarejos.
O objetivo não é solucionar todos os problemas do mundo, mas o modelo está aí para ser seguido como uma oportunidade que não agride diretamente o meio ambiente — pelo menos o terrestre.
Segundo o criador, o seu maior objetivo é unir a tecnologia com a natureza de forma benéfica para todos, inclusive os humanos. Buscar soluções viáveis para problemas criados com o método de agricultura em larga escala e de monocultura que compromete o sistema a longo prazo.
“A agricultura representa 70% do uso de água doce em todo o mundo: o manejo da água é necessário na maioria das regiões do mundo onde as chuvas são insuficientes ou variáveis. Essencialmente, a agricultura retira água de aquíferos e fontes subterrâneas de água a uma taxa insustentável.”
Para os envolvidos, preservar a quantidade de água doce e potável do planeta é uma questão de sobrevivência para a humanidade.
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