Um grande número de ataques a profissionais da mídia e ativistas está sendo relatado. Com isto, os jornalistas sentem-se ameaçados ao exercer sua profissão, especialmente, em locais onde acontecem conflitos políticos e armados. As tecnologias antes usadas por hackers, hoje, estão mãos opressoras da liberdade e são a maior ameaça a imprensa mundial.
Rastreamento e DDoS ameaçam o trabalho da imprensa ao redor do mundo
É possível perceber que atores de ameaças — especialmente governos opressores — têm usado de forma crescente os métodos e meios digitais para comprometer a integridade jornalística e também sua segurança.
Por diversas vezes, as fontes podem estar no meio de disputas sociais e políticas, ou até no fogo cruzado propriamente dito.
O rastreamento serve para monitorar e roubar dados sigilosos dos profissionais e executar ameaças posteriores, enquanto o DDoS pode derrubar servidores e tirar sites do ar.
O advento das fake news como estratégia de desinformação foi apenas o primeiro passo para retirar a integridade do trabalho jornalístico, principalmente o investigativo, que necessita adentrar nas regiões mais sombrias da sociedade para coletar relatos e documentos — muitas vezes perigosos por ameaçarem “forças maiores”.
A UNESCO publicou um trabalho em 2021 sobre as crescentes ameaças sofridas por jornalistas no exercício de suas funções, feitas tanto por agentes governamentais como exemplos não-governamentais.
O documento de 42 páginas intitulado “Threats that Silence: Trends in the Safety of Journalists” ou “Ameaças que silenciam: tendências na segurança dos jornalistas” — em tradução livre —, fazem um panorama sobre todas as atuais ameaças ao bom serviço da imprensa.
O objetivo dos opressores é simples, pois segundo o relatório, “usam essas táticas para obter acesso a informações confidenciais e intimidar jornalistas.”
Muitas organizações a lutar pelos direitos civis digitais ou a liberdade de imprensa tem recebido pedidos, até desesperados, de jornalistas sob grave ameaça ao tentarem expor a verdade para o público — só observarmos como o governo russo está tratando a questão.
Caso grave de invasão de privacidade veio a tona ano passado
Esse foi até agora o maior exemplo de interferência no trabalho da imprensa, feito por inúmeros governos em atitude massiva contra a liberdade dos jornalistas.
Os governos passaram a empregar tecnologia de vigilância para rastrear jornalistas, utilizando o argumento da segurança nacional ou justificativa de saúde pública.
O spyware Pegasus, de propriedade da empresa israelense NSO Group, foi usado em tentativas ou sucessos de invasão em 37 smartphones de jornalistas, funcionários de governos e ativistas de direitos humanos. A ação contou, pelo menos, com o envolvimento de dez países, em escalas maiores ou menores.
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