Kaspersky rebate acusações de espionagem

Kaspersky e espionagem? Empresa com destaque no ramo de segurança digital se defende da acusação que, segundo ela, é apenas política

Cinco dias após nossa publicação sobre o posicionamento de órgãos norte-americanos contra a empresa de segurança de origem russa, a Kaspersky rebate acusações de espionagem em nota oficial enviada ao Bitmagazine através de sua assessoria.

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Homem misterioso andando na rua (Imagem: Killian Cartignies/Unsplash)

Para a Kaspersky o governo americano vive em um roteiro de filme da Guerra Fria (Imagem: Killian Cartignies/Unsplash)

Kaspersky está desapontada com a FCC

Esse é o sentimento principal percebido ao ler a nota oficial, inclusive sendo descrito exatamente assim pela empresa. Decepção, a palavra que tem como um de seus sentidos no dicionário de “frustração pela ocorrência de fato inesperado”, no caso, o fato foi o posicionamento do governo dos EUA.

A empresa de segurança de dados faz críticas ao processo que levou a decisão final de questionar o uso de dinheiro público na aquisição de produtos e serviços Kaspersky, como ação irracional baseada em antigos dogmas da Guerra Fria:

“Esta decisão não está baseada em qualquer avaliação técnica dos produtos Kaspersky — critério que a empresa defende continuamente — mas foi feita no âmbito político.”

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Decisão anterior foi base para novas acusações

Há 5 anos, a Kaspersky sofreu o mesmo tipo de acusação em consequência de relatório do Departamento de Segurança Doméstica dos EUA. Sobre isso, a empresa de origem russa foi enfática ao dizer:

“A Kaspersky reafirma que a decisão do governo dos EUA em 2017 de proibir entidades e contratantes federais de usar os produtos da Kaspersky é inconstitucional, baseado em alegações infundadas e sem qualquer evidência pública que comprove a suposta irregularidade da empresa.”

O desapontamento da empresa de segurança veio, exatamente, por essa decisão de 2017 ter sido base para a nova retaliação. Ou seja, sem nenhum novo fato descoberto por investigações de conhecimento público.

Tudo está na base de especulações políticas sobre possíveis “vulnerabilidades” da empresa em manter sua idoneidade caso aconteçam “pressões” do governo Putin.

À disposição da justiça

A Kaspersky alega que nunca se negou a oferecer ajuda para esclarecer possíveis dúvidas em torno de seus produtos e formas de operar. Informação reiterada na nota:

“A Kaspersky reassegura aos parceiros e clientes a qualidade e integridade de seus produtos, e continua à disposição para cooperar com as agências governamentais dos EUA no esclarecimento às preocupações da FCC e de qualquer outra agência reguladora.”

A insinuação da Kaspersky ser ligada a espionagem é rasa e fraca, mesmo com o fato da empresa ter origem russa e seu fundador ter, no passado, sido agente de inteligência.

Isso não representa alinhamento com o governo de Putin — o descontentamento de diversos segmentos do país com o Kremlin atual é conhecido, apesar da “lei da mordaça”.

Ter feito parte de agências de inteligência não é sinônimo de espionagem, mas sim garantia de qualidade, considerando os diversos cursos de cibersegurança oferecidos por ex-agentes do Mossad e outras organizações de inteligência.

Por isso, a empresa de proteção fecha sua nota declarando:

“A Kaspersky oferece produtos e serviços líderes de mercado a clientes ao redor do mundo para protegê-los de todos os tipos de ciberameaças e já deixou claro que não tem laços com nenhum governo, incluindo a Rússia.”

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Leandro Kovacs
Escrito por

Leandro Kovacs

Leandro Kovacs é jornalista e radialista. Trabalhou com edição audiovisual e foi gestor de programação em emissoras como TV Brasil e RPC, afiliada da Rede Globo no Paraná. Atuou como redator no Tecnoblog entre 2020 e 2022, escrevendo artigos explicativos sobre softwares, cibersegurança e jogos. Desde então, atua como editor no Grupo Gridmidia.