A Amazônia, maior floresta tropical do planeta, teve em em média 2.280 focos de incêndio em maio deste ano, o maior número para o mês dos últimos 18 anos. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o número de fontes de calor foi 96% a mais no mês passado em relação a maio de 2021, que obteve 1166 focos, sendo o maior índice desde 2004.
Na época, um pouco mais de 3000 incêndios foram localizados na Amazônia e com o aumento relevante dos últimos anos, o Inpe identificou que no primeiro semestre de 2022 foram quase 5000, ou seja, 22% a mais em relação ao mesmo período do ano passado.
Já no Cerrado foram mais de 3500 incêndios registrados, 35% a mais do que em maio de 2021. Outra preocupação dos órgãos ambientais é na região da Mata Atlântica em que o desmatamento aumento mais de 60% este ano, segundo um relatório divulgado pela ONG SOS Mata Atlântica.
Aumento de incêndios nas florestas brasileiras aumentaram depois que Jair Bolsonaro assumiu a presidência em 2019
“Estes números não são uma exceção, fazem parte de uma tendência de destruição ambiental nos últimos três anos, que é o resultado de uma política deliberada do governo”, lamentou o diretor da filial brasileira do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), Mauricio Voivodic, que diz que o governo de Bolsonaro tem culpa destes acontecimentos. “É um desastre ambiental sem precedentes, que pode se agravar se o Congresso insistir em aprovar medidas do Executivo que fragilizem ainda mais a preservação do meio ambiente”, ressaltou.
Segundo os especialistas, grande parte dos incêndios são fruto de queimadas agrícolas e que maio não costuma ser o mês que tem mais registros, mas sim agosto e setembro.
Entretanto, este ano foi atípico, o que deixa os ambientalistas preocupados afirmando ser um ano devastador para a natureza. E as expectativas de piora são altas para os próximos meses em que o número de incêndios deve subir significativamente.
O presidente Jair Bolsonaro é conhecido por defender atividades de mineração agrícolas em áreas protegidas, incluindo territórios indígenas. O Inpe também registrou que os alertas de desmatamento atingiram um novo recorde este ano com mais de 1000 quilômetros quadrados de floresta derrubados, 74,6% em relação ao mesmo mês do ano passado
Somente em agosto de 2020 e julho de 2021, a Amazônia perdeu 13.235 quilômetros quadrados de vegetação, a maior área degradada em doze meses registrada nos últimos quinze anos.
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