Um documento sobre o herói da luta contra o apartheid, Nelson Mandela (1918—2013), vai ganhar uma reprodução digital “NFT” para ser vendido. Trata-se do único mandado de prisão expedido contra ele, que foi encontrado bastante conservado e agora será leiloado na Cidade do Cabo, anunciou a empresa sul-africana Momin.
A versão digital do documento, que foi emitido originalmente em 1961, vai ser vendido 61 anos após sua emissão, segundo explicou o porta voz da plataforma responsável pelo leilão. O documento original, que agora possui traços de envelhecimento, como o papel amarelado e com as bordas puídas, está escrito em inglês e africâner, língua colonial derivada do holandês.
“Uma versão digital do mandado de prisão original de 1961 contra Nelson Mandela foi especialmente elaborada e estará à venda 61 anos após sua emissão“, disse a plataforma de leilões online em comunicado nesta quarta-feira (23).
Atualmente ele está guardado nos arquivos da fazenda de Liliesleaf, na cidade de Joanesburgo, que vai receber o dinheiro da venda. Este local é um ponto simbólico da luta contra o apartheid e foi onde Nelson Mandela viveu de forma clandestina sempre disfarçado de jardineiro ou motorista.
Depois ele foi transformado em museu, mas acabou fechando as suas portas em setembro de 2021 por causa de dificuldades financeiras.
Mandela, que foi o primeiro presidente negro da África do Sul, foi preso em 5 de agosto de 1962, no leste do país. Clandestino, liderou a luta armada do Congresso Nacional Africano (ANC).
“Acredita-se que este é o tipo de documento que foi usado para prender Mandela“, explicou Nicholas Wolpe, diretor da Fundação Lilieslief, à AFP, reafirmando que essa é a única cópia conhecida até os dias de hoje.
O que são as NFTs?
“NFTs” são certificados de autenticidade e propriedade feitos com base na tecnologia “blockchain”, um sistema que é tido como inviolável e que também é responsável por autenticar as transações de criptomoedas.
Essa certificação é criada por meio de um site específico que criptografa os arquivos. Então, a venda ou leilão desse item é feita dentro da própria plataforma, que geralmente utiliza uma criptomoeda chamada Ethereum, a segunda mais popular do mundo, ficando atrás apenas da Bitcoin.
Esse tipo de leilão digital segue os passos dos modelos presenciais, onde as pessoas chegavam a gastar milhões em quadros originais de pintores famosos, itens de músicos e muitos outros. A diferença é que agora essa moda de colecionador está se tornando digital.
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