Pela primeira vez na história astrônomos registraram os últimos dias antes da Morte de uma estrela, antes de sua explosão e da formação de uma supernova.
O fato é considerado inédito porque os cientistas geralmente só são capazes de capturar o surgimento de uma supernova ou a explosão da estrela, mas dessa fez o que foram capturados foram os seus dias finais, 130 dias antes do colapso e explosão do astro gigantesco.
O raríssimo evento foi observado em 2020, no verão do hemisfério norte, através do telescópio Pan-STARRS, da Universidade do Havaí.
Como acontece a morte de uma estrela?
O tamanho de uma estrela tem relação direta com o seu tempo de vida, quanto maior mais rápido ela morre. Isso acontece porque quanto mais massa ela tem, maior é a força gravitacional que atua sobre ela e em consequência ela precisa gerar mais energia não entrar em colapso, o que a faz consumir hidrogênio muito mais rapidamente.
A gigante vermelha que foi registrada era mais de dez vezes maior que o nosso Sol antes de morrer. Segundo estudos uma estrela com massa 100 vezes maior que a do Sol pode gastar seu combustível em “apenas” um milhão de anos enquanto estrelas dez vezes menores que o nosso astro favorito chegam a “viver” por trilhões de anos.
Gigantes vermelhas como a do estudo da Universidade de Northwestern podem queimar combustível por algumas poucas centenas de milhões de anos antes de explodirem. E sua morte pode variar a depender da massa da estrela.
Se a estrela tiver entre oito e vinte vezes a massa do Sol, o núcleo se transforma em uma nuvem de nêutrons. Se tiver uma massa inicial 20 vezes maior que a massa do Sol, esse núcleo se transforma em um buraco negro.
Explicou João Steiner, professor titular do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP.
Quando é uma estrela pequena, com massa menor do que oito massas solares, no entanto, a explosão não pode nem ser chamada de supernova.
Os últimos dias da estrela
A gigante vermelha foi registrada já em seu estágio final, em uma outra galáxia a 120 milhões de anos-luz de distância daqui e só pode ser vista graças ao Pan-STARRS, uma vez que não podia ser vista a olho nu, nem por equipamentos menos robustos, mesmo à noite.
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Durante a observação da foi percebida uma emissão violenta de gás ao seu redor e algum tempo depois foi notado um flash gigante, durante o qual a estrela brilhava mais do que todos os outros astros daquela galáxia juntos.
O novo estudo, que foi publicado no início do mês no periódico “Astrophysical Journal”, tem como autor original o estudante de graduação Wynn Jacobson-Galán, que foi supervisionado pela cientista astrofísica Rafaella Margutti (associada da Universidade de Berkeley dos Estados Unidos) e as observações foram realizadas atravéz do Centro de Exploração Interdisciplinar e Pesquisa em Astrofísica na Universidade Northwestern. O estudo “.
Durante uma entrevista à NBC News a astrofísica comentou:
É como assistir uma bomba relógio. Nunca tivemos a confirmação de uma atividade tão violenta em uma gigante vermelha em estágio terminal em que pudéssemos ver, até agora, uma emissão de luz tão grande, depois seu colapso e combustão.
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