Um novo estudo feito pesquisadores dos Estados Unidos trouxe uma importante descoberta que pode significar a tão esperada cura do HIV, vírus associado ao desenvolvimento da AIDS. Ao que tudo indica, um tratamento para a doença foi descoberto, segundo a agência Reuters.
Uma mulher de 64 anos, que vivia com o vírus e com leucemia mieloide aguda, recebeu um transplante sanguíneo de células-tronco para o tratamento de leucemia. Ela ficou livre do vírus por 14 meses após interromper o tratamento com medicamentos antirretrovirais.
A descoberta pode vir a se tornar uma cura, de acordo com os médicos e cientistas da Weill Cornell Medicine, que realizaram o transplante. Como ocorrido em outros dois casos de sucesso anteriores, as células do doador transplantadas apresentavam uma mutação que as tornam resistentes à infecção pelo HIV.
“Este é agora o terceiro relato de cura neste cenário, e o primeiro em uma mulher vivendo com HIV”, disse Sharon Lewin, presidente eleita da Sociedade Internacional de AIDS, em um comunicado.
O caso faz parte de um estudo maior, apoiado pelos EUA. O objetivo é acompanhar 25 pessoas com HIV que se submetem a um transplante com células-tronco retiradas do sangue do cordão umbilical para o tratamento de câncer e outras doenças graves.
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Lewin, contudo, disse que os transplantes de células-tronco não são uma estratégia viável para curar a maioria das pessoas que vivem com HIV. O estudo sugere ainda que é possível fazer o transplante sem precisar temer um efeito colateral.
Como foi o processo de cura do HIV
A paciente recebeu transplantes de células-tronco para repor as células sanguíneas e imunológicas depois de ter seu conjunto celular, incluindo a parte contaminada por leucemia, destruído pelo tratamento feito com quimioterapia em altas doses.
As células-tronco de um parente adulto saudável foram usadas para restaurar rapidamente as sanguíneas da paciente. O sangue do cordão umbilical de um recém-nascido também foi utilizado para fornecer uma reconstituição de sangue a longo prazo.
Especialistas em transplantes descobriram que o sangue do cordão umbilical pode ser usado com sucesso, mesmo quando vem de um doador sem parentesco.
Neste caso, os médicos usaram sangue do cordão umbilical contendo uma variante do gene de resistência ao HIV chamada CCR5Δ32. Para infectar as células do sistema imunológico, o HIV normalmente usa um co-receptor chamado CCR5. No entanto, a variante Δ32 deste receptor bloqueia efetivamente a entrada viral.
Após três meses de transplante, os testes mostraram que o conjunto de células sanguíneas da paciente era totalmente derivado das células do cordão umbilical resistentes ao HIV.
A paciente interrompeu o uso de medicamentos antirretrovirais, que são utilizados para suprimir a infecção. Isso pode indicar uma cura. No entanto, os médicos que atuam no tratamento e pesquisa do HIV utilizam o termo remissão a longo prazo. Além disso, a paciente também está livre da leucemia há mais de quatro anos.
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