Em 2024 o Programa Artemis terá missões tripuladas para Lua. Com a data tão perto, tratando-se de viagens espaciais, a NASA (Agência Espacial Americana) optou por abrir a última amostra lunar, recolhida pelo Programa Apollo há cerca de 50 anos, e começar seu estudo em busca de novos conhecimentos e o que poderá encontrar em nosso satélite natural.
A abertura da amostra lunar é coordenada pela ARES (Divisão Científica de Exploração e Pesquisa de Astromateriais), área especial da NASA que trabalha exclusivamente com o armazenamento e a manutenção de materiais vindo do espaço – os coletados por robôs e os que adentram a atmosfera da Terra, como os meteoritos que são vistos até com certa frequência.
“Entender o histórico geológico e a evolução de uma amostra lunar nos locais de pouso do Apollo vai nos ajudar a nos prepararmos para os tipos de amostras que poderemos encontrar durante o Artemis”, disse Thomas Zurbuchen, administrador associado da Diretoria de Missões Científicas da NASA em Washington. “O Programa Artemis quer trazer de volta amostras frias e seladas do pólo sul lunar. Essa é uma oportunidade empolgante de aprendizado para compreender as ferramentas necessárias para coletar e transportar essas amostras, analisá-las e guardá-las na Terra, para gerações futuras de cientistas”.
Última amostra lunar foi colhida em 1972
A última amostra foi nomeada pela NASA de “ANGSA 73001” e foi coletada pela tripulação da missão Apollo 17. Essa foi a última viagem tripulada do programa comandada por Eugene Cernan e o piloto do módulo lunar, Harrison Schmitt em 1972.
Por ser a última missão do Programa Apollo, a agência optou por manter algumas das caixas lacradas para serem analisadas futuramente.
“A agência sabia que a ciência e a tecnologia iriam evoluir e permitiriam que cientistas estudassem o material de novas formas, respondendo a questões que viessem no futuro”, disse Lori Glaze, diretora da Divisão de Ciências Planetárias da NASA. “A iniciativa ANGSA foi desenhada para examinar essas amostras especialmente seladas e armazenadas”.
A missão trouxe duas amostras: a 73002 foi aberta em 2019 e a 73001, aberta agora, foi a única selada a vácuo.
O que a NASA está buscando?
A amostra foi coletada extremamente fria e selada a vácuo na hora. Portanto, ela traz substâncias voláteis que evaporam em temperatura ambiente, mas que ainda podem estar preservadas (como água congelada, que seria uma prova concreta da existência do líquido na Lua) ou dióxido de carbono.
Os cientistas estão animados por algum tipo de gás que possam encontrar mesmo em quantidade baixa.
“A quantidade de gás que se espera estar presente nessa amostra selada da Apollo é provavelmente bem baixa. Se os cientistas conseguirem extrair esses gases com cuidado, eles poderão ser analisados e identificados por meio de tecnologia de espectrometria”, diz trecho do comunicado publicado no site da NASA. “Isso não apenas nos trará medidas aprimoradas, mas também significa que o gás coletado pode ser dividido em porções menores e compartilhado com diferentes pesquisadores que conduzem diferentes tipos de ciência lunar”.
Abrir a amostra da Lua não é um processo fácil e rápido como muitos possam pensar. Tanto que ele começou dia 11 de fevereiro deste ano, com a abertura do compartimento exterior e somente agora foi divulgado pela NASA.
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