Um caso peculiar foi levado ao conhecimento público nas últimas semanas. Um ex-advogado da gigante da tecnologia, Apple, foi detido por fraude. Curiosamente, o profissional fora contratado para impedir negociações em virtude da apropriação de informações privilegiadas.
Na prática, o ex-advogado da Applese aproveitou indevidamente de informações sigilosas a respeito dos resultados financeiros da Apple. A ação é popularmente conhecida como insider trading (mas o crime é o uso de informações privilegiadas para fraudar o mercado de capitais).
Assim que o profissional tomou posse dos dados, ele fez uma série de negociações em torno das ações da empresa.
Na realidade, a fraude foi cometida entre fevereiro de 2011 e abril de 2016, apesar de o fato ter sido divulgado somente no início deste mês de julho.
A informação foi divulgada pelo Departamento de Justiça americano. O homem atuava no cargo de co-presidente do Comitê de Divulgação da Apple, o que facilitou o acesso às informações privilegiadas.
Com o “golpe”, obteve resultado de US$ 227 mil em lucros por algumas transações, mas também evitando perdas de US$ 337 mil. Em comunicado, o Departamento de Justiça informou que Levoff obteve os materiais para se orientar acerca de decisões de compra e venda de ações da gigante da tecnologia antes que os anúncios oficiais fossem realizados, garantindo o lucro.
“Quando a Apple registrou forte receita e lucro líquido em um determinado trimestre financeiro, ele comprou grandes quantidades de ações, que depois vendeu com lucro assim que o mercado reagiu à notícia. Quando houve receita e lucro líquido abaixo do esperado, Levoff vendeu grandes quantidades de ações da Apple, evitando perdas significativas”
Segundo informações do Mac Rumors, o advogado ignorou justamente restrições sobre os “períodos de blackout”, ou seja, o tempo em que gestores não podem negociar ações, por possuírem dados privilegiados. Em diversas ocasiões, Levoff executou as negociações no período de bloqueio.
Detalhes sobre a prisão do advogado da Apple
Gene Levoff se declarou culpado das acusações de fraudes. O ex-vice-presidente de direito corporativo da Apple, também ocupou outros cargos.
Além do período principal em que a fraude foi cometida, o advogado também fez parte do Comitê de Divulgação da Apple entre setembro de 2008 e fevereiro de 2011.
Na posição mencionada, ele deveria garantir a consciência dos funcionários da empresa a respeito das políticas internas.
A realidade foi contrária, pois ele supostamente assegurou os lucros para si. Como resultado, o órgão que fiscaliza operações no mercado de capitais apresentou uma queixa civil contra Levoff, baseada na mesma conduta.
Ao todo, foram seis acusações de fraude, cuja pena máxima será de 20 anos de prisão e uma multa de US$ 5 milhões. A sentença conclusiva está agendada para ser anunciada em 10 de dezembro de 2022.
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