O problema de NFTs falsificadas só está piorando
Pinturas virais de artista foram transformadas em quase 86 mil NFTs falsificadas. Problema só piora e artistas querem reagir.
Aja Trier está acostumada a ter sua arte publicada sem atribuição em camisetas e até impressa em capas de telefone. Mas, quando ela abriu sua caixa de entrada em 4 de janeiro, ficou sobrecarregada com alertas sobre sua arte sendo roubada em uma escala totalmente nova: suas pinturas virais no estilo de Vincent Van Gogh foram transformadas em quase 86 mil NFTs falsificadas.
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O trabalho de Trier havia sido listado sem seu conhecimento na OpenSea, um dos maiores marketplaces de compra e venda de NFTs, ou tokens não fungíveis. “Já vi outros artistas lidarem com o roubo de NFT, mas não nessa medida”, disse Trier em entrevista ao site norte-americano The Verge. “As pessoas diziam que nunca tinham visto naquela escala.”
À medida que as plataformas acumulam bilhões de dólares em vendas o problema dos artistas só vem piorando. No mesmo dia em que Trier descobriu que seu trabalho havia sido roubado, a OpenSea anunciou que arrecadou US$ 300 milhões com uma avaliação de US$13,3 bilhões.
Plágio e fraude se tornam comuns no mundo das NFTs falsificadas
O plágio e a fraude têm sido um problema desde que os NFTs explodiram, no início de 2021. Mas algo mudou no outono passado, de acordo com o NFTTheft , um coletivo de artistas que destaca listagens fraudulentas.
Onde antes os artistas viam alguns roubos por dia – um número irritante, mas gerenciável para arquivar remoções – de repente os artistas estavam vendo dezenas, centenas ou milhares de roubos, como no caso de Trier.
OpenSea e seu sistema frágil
A OpenSea permite a criação de NFTs usando lazy minting, onde os usuários listam NFTs para venda sem gravá-los no blockchain.
Os vendedores não pagam taxas até que um NFT seja vendido, permitindo que os golpistas listem quantos itens roubados quiserem na esperança de pegar algum desavisado.
A popularidade da OpenSea e seu sistema de verificação irregular o tornam um lugar ideal para os golpistas se esconderem.
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DeviantArt lança o Protect para impedir NFTs falsificadas
Uma maneira pela qual os artistas foram avisados sobre isso é graças a uma plataforma de arte online mais antiga. No início do ano passado, o DeviantArt lançou o Protect. Trata-se de uma ferramenta de reconhecimento de imagem para notificar os usuários de violação de direitos autorais em mercados NFT, levando a uma enxurrada de notificações. Mas, uma vez que os artistas são avisados sobre os roubos, cabe a eles remover essas listagens.
Aja Trier, por exemplo, começou a registrar solicitações de remoção sob a Lei de Direitos Autorais do Milênio Digital (DMCA) depois de receber os alertas no início de janeiro. Mas ela rapidamente percebeu que levaria semanas para concluir uma solicitação separada para cada uma das dezenas de milhares de listagens fraudulentas, conforme exigido pela OpenSea.
À medida que os artistas se tornaram mais vocais graças ao Protect, a OpenSea tornou-se menos responsivo.
SnifflesNFT promete agilizar notificações
O problema não vai desaparecer tão cedo. Mert Hilmi Iseri, um empresário residente da MATH Venture Partners, quer simplificar o processo de emissão de remoções.
Depois de conversar com artistas no mês passado, ele e dois desenvolvedores lançaram SnifflesNFT, uma ferramenta de reconhecimento de imagem que emite automaticamente solicitações de remoção para artistas. A ferramenta já está em teste beta com 20 artistas.
Artistas querem se unir para reagir contra plataformas
De acordo com o The Verge, um processo de ação coletiva pode ter sucesso se os artistas puderem provar que uma plataforma está “incentivando e lucrando com uma prática contínua e persistente de violação”. A avaliação é de Tonya Evans, professora da Penn State Dickinson Law School especializada em tecnologia e direito de propriedade intelectual.
Contudo, vale lembrar que os mercados estão protegidos de responsabilidade, desde que cumpram o DMCA, que pode proteger as plataformas da violação de direitos autorais gerada pelo usuário. O debate deve continuar ainda por muito tempo.
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Redatora, Especialista em Produção de Conteúdo para a Web com formação em Webdesign e Marketing Digital. Estudante de Programação Back-End, Entusiasta de Tecnologia e redatora na BitMagazine trazendo as últimas notícias e informações sobre o mundo tecnológico.