O que é o telescópio espacial James Webb? [NASA]
Saiba os principais detalhes sobre o telescópio espacial James Webb, um dos projetos mais ambiciosos e relevantes da NASA atualmente
Se você acompanha as notícias relacionadas à exploração espacial, você já deve ter ouvido falar do telescópio espacial James Webb, mas você sabe como e porque ele foi criado? Continue lendo para saber essas e outras informações importantes sobre uma das tecnologias mais impressionantes, e caras, da história da exploração espacial humana.
Conhecendo o telescópio espacial James Webb
O James Webb é um dos projetos mais importantes da NASA (Agência espacial norte-americana) e da humanidade até presente momento. Ele tem a difícil missão de explorar os mistérios do universo, trazendo aos cientistas informações que vão nos ajudar a entender coisas como a formação das primeiras estrelas e até como a vida surgiu no nosso sistema solar.
Ele é considerado o sucessor do Hubble, o famoso telescópio espacial que entre outras coisas ajudou na descoberta de que o universo está se expandindo cada vez mais rápido. O Hubble também é responsável por detectar vários planetas fora da órbita solar, os exoplanetas, trazendo até informações sobre sua composição.
Nesse sentido, o Webb já chegou sob muita pressão, ultrapassar os feitos do seu antecessor. Para isso, ele conta com tecnologias do mais alto nível, muito à frente das usadas pelo Hubble, o que lhe permite ver bem mais longe e coletar dados muito mais precisos, complementando as informações que já temos.
Além da origem do universo, sua missão envolve encontrar rastros de vida alienígena, examinando os já mencionados exoplanetas e suas atmosferas, para descobrir os que têm a possibilidade de abrigar seres vivos.
Quando o telescópio James Webb foi criado?
O Webb recebeu seu nome em 2002, em uma homenagem a James Webb, ex-administrador da NASA que liderou o programa Apollo. Antes disso, o projeto era chamado de NGST (sigla em inglês para “Telescópio Espacial de Próxima Geração”).
Seu projeto, enquanto NGST, iniciou-se em 1996, quando cientistas decidiram ser hora de criar um telescópio mais avançado que o Hubble. Nessa época, a discussão sobre a necessidade de um novo modelo já vinha acontecendo há anos, desde a década de 80.
Por mais que muito se fale em “telescópio da NASA”, na realidade, ele é fruto de uma colaboração internacional, envolvendo a NASA, a ESA (Agência Espacial Europeia), e a CSA (Agência Espacial Canadense).
E a ferramenta custou caro. O telescópio, que demorou quase 30 anos para ficar pronto, teve seu investimento na casa dos US$10 bilhões, algo em torno de R$ 51.6 bilhões, em conversão direta no valor de câmbio atual.
Tecnologias de ponta
Esse valor foi necessário para desenvolver os componentes que hoje fazem do Webb o telescópio mais potente à nossa disposição, um telescópio infravermelho, capaz de observar comprimentos de onda de até 28 mil nanômetros. O suficiente para discernir objetos que são impossíveis de se ver a olho nu ou com outros telescópios inferiores.
Com essa super visão, o James Webb consegue observar regiões de formação estelar e até galáxias distantes. Seus instrumentos incluem um sistema de navegação super moderno que garante que ele se mantenha sempre em posição, o FGS/NIRISS (Fine Guidance Sensor/Near InfraRed Imager and Slitless Spectrograph).
E ele tem diversos sensores infravermelhos para enxergar em diferentes distâncias, incluindo a NIRCam (Near-Infrared Camera), para detectar estrelas e galáxias próximas da Via-Láctea e o NIRSpec (Near-Infrared Spectrograph), que permite que ele observe até 100 objetos simultaneamente, o que deve auxiliar na busca pelas primeiras galáxias formadas.
Outro ponto que chama atenção no telescópio é o seu sistema de espelhos em forma de colmeia. Diferente dos outros, ele conta com 18 espelhos hexagonais pequenos — feitos de berílio, material leve e resistente usado em dispositivos projetados para o espaço, e revestido por uma leve camada de ouro, que ajuda na reflexão de luz infravermelha.
O sistema, quando totalmente montado, resulta em um espelho primário com 6,5 metros de diâmetro, quase 3 vezes maior do que o encontrado no Hubble.
Telescópio espacial James Webb no espaço
O Também conhecido como JWST (James Webb Space Telescope), já vai completar um ano desde o seu lançamento, no dia 25 de dezembro de 2021, cerca de 14 anos após a data inicialmente prevista, em 2007.
A primeira imagem colorida tirada pelo telescópio, sem ser em testes, foi visualizada pela primeira vez em 11 de julho, pelo presidente dos Estados Unidos Joe Biden. Ela mostra o agrupamento de galáxias SMACS 0723, que ao distorcer a luz de objetos atrás delas proporcionou a possibilidade de tirar imagens de galáxias distantes, quase imperceptíveis.
De lá para cá, o telescópio já foi responsável por diversas fotos de tirar o fôlego. A cada nova imagem os cientistas dizem descobrir um pouquinho mais sobre o universo e sua origem.
Você pode conferir todas as imagens divulgadas do e pelo telescópio espacial James Webb em seu site oficial. Também é possível obter várias informações sobre ele e sua missão!
Até quando ficará operacional o telescópio James Webb?
Segundo os cientistas da NASA, o telescópio tem combustível suficiente para ficar operacional por pelo menos 10 anos, 5 a mais do que o tempo de operação esperado antes do seu lançamento. Mas vale lembrar que esse tempo pode variar para mais ou para menos, a depender de como ele lide com os desafios que encontrar por lá.
Até onde chega o seu alcance?
Após cerca de 3 meses de viagem desde o seu lançamento, o equipamento chegou à área denominada L2 (Lagrange 2), uma órbita ficando em ponto de equilíbrio gravitacional no lado mais distante da Terra (cerca de 1,5 milhão de quilômetros de distância) e do Sol. Desse ponto, a expectativa é que ele consiga observar objetos tão distantes quanto 13 bilhões de anos-luz de distância, incluindo as primeiras galáxias que se formaram após o Big Bang.
Quais métodos o James Webb utiliza para detecção de fenômenos?
O telescópio usa um espelho enorme que reflete a luz dos objetos celestes para câmeras científicas equipadas com diversos filtros e detectores de luz infravermelha. Como essas câmeras detectam diferentes comprimentos de onda de luz, é possível ver diferentes fenômenos celestes, como nebulosas, galáxias e estrelas em formação. Por fim, o James Webb também é equipado com um espectrógrafo, que separa a luz em diferentes comprimentos de onda. Com ele os cientistas conseguem identificar as características químicas e físicas dos objetos observados.
E aí, aprendeu tudo sobre o telescópio espacial James Webb? Comenta aí o que mais te surpreendeu?
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Redator Profissional, Comunicador Social e especialista em Produção de Conteúdo Web. Formado em Letras - Inglês e Administração. CEO da Agência Digital Comunicalize.