Quem não lembra daqueles aparelhos que tinham como principal função telefonar e o entretenimento era o jogo da “minhoca”? Vamos falar sobre o retorno dos “dumbphones”: celulares básicos que estão em alta novamente. Entenda os motivos no texto abaixo.
Após tanta inovação, celulares básicos estão em alta
Era final dos anos 90 e os celulares começavam a se popularizar, com a “incrível capacidade de poder receber chamadas onde estivesse”. Nesses aparelhos, chamados “dumbphones” (apelido dado em oposição aos smartphones), só era possível fazer e receber chamadas e mandar mensagens de texto SMS.
Em casos muito excepcionais — “alta tecnologia” —, era possível tirar fotos de qualidade duvidosa e quem sabe, talvez, escutar ao rádio.
Existe alguma tendência por trás desse retorno: pode ser a crise financeira global, que obrigou alguns usuários a adquirirem estes aparelhos muito mais baratos e com contas singelas; ou até uma tentativa de se desintoxicar da loucura que se tornou a dependência dos aparelhos que “fazem tudo”, chamados smartphones.
Em entrevista a BBC, uma moradora de Londres chamada Robin West, explicou o motivo da decisão de optar por um aparelho desse gênero, ao ter a necessidade de adquirir um novo:
“Eu não notei até comprar um telefone ‘tijolão’ o quanto um smartphone estava tomando conta da minha vida. Eu tinha um monte de aplicativos de mídia social nele, e eu não era tão eficiente no meu trabalho, pois estava sempre presa no meu telefone anterior.”
Números que não deixam mentir sobre o retorno dos “dumbphones”; celulares básicos em alta no mercado
A matéria da BBC revelou dados fornecidos pela empresa SEMrush, sobre o aumento de buscas sobre esse modelo de telefone celular: “as buscas no Google por eles saltaram 89% entre 2018 e 2021”. Talvez, isso realmente seja uma tendência pelos números apresentados.
É complicado encontrar dados oficiais sobre volume de vendas, visto que todos os olhos estão voltados para o consumo de smartphones. O que não impediu que relatórios de estimativas fossem feitos sobre o fenômeno e publicados pela Counterpoint:
“De que os 400 milhões de aquisições em 2019, no ano passado de 2021, possam se consolidar com o valor de um bilhão de novos aparelhos “dumbphones” que foram adquiridos”.
O retorno da “vida” e privacidade
O retorno dos “dumbphones” pode não ser novidade, pois estamos cada vez mais expostos e nos expondo a web. Grande parte dessa movimento massificante foi ampliado pela popularização dos smartphones.
O psicólogo polonês, Przemek Olejniczak, que trocou seu “antigo” smartphone por um “novo” Nokia 3310, em entrevista a BBC disse não se arrepender, além de observar muitos pontos positivos:
“Agora tenho mais tempo para minha família e para mim. Um grande benefício é que eu não sou viciado em gostar, compartilhar, comentar ou descrever minha vida para outras pessoas. Agora eu tenho mais privacidade.”
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